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Morreu Ruth Bader Ginsburg, “campeã da justiça” do Supremo dos EUA

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WFULawSchool / Flickr

A juíza Ruth Bader Ginsburg

A juíza do Supremo Tribunal dos Estados Unidos Ruth Bader Ginsburg morreu aos 87 anos de “complicações causadas por um cancro do pâncreas”, anunciou esta sexta-feira o tribunal.

Em comunicado, o tribunal indicou que a juíza Ruth Bader Ginsburg “morreu rodeada pela família, na sua casa, em Washington”. O juiz-presidente do Supremo Tribunal dos EUA, John Roberts, afirmou que o país “perdeu uma jurista de dimensão histórica“.

“Perdemos uma colega estimada. Hoje estamos de luto, mas confiantes de que as gerações futuras recordarão Ruth Bader Ginsburg como nós a conhecemos, uma incansável e decidida campeã da justiça“, indicou.

Em julho, Ginsburg tinha anunciado que estava a fazer quimioterapia para lesões no fígado, a última das várias batalhas que travou contra o cancro desde 1999.

Nos últimos anos como juíza do Supremo, Ginsburg, conhecida pelas iniciais “RBG”, afirmou-se como líder inquestionável da ala progressista da instituição e na defesa dos direitos das mulheres e das minorias, conquistando admiradores entre várias camadas da população norte-americana.

A morte da juíza representa um duro golpe para os progressistas norte-americanos e poderá alterar o equilíbrio da instituição em benefício dos conservadores, de acordo com vários observadores.

Biden quer que próximo presidente escolha substituto

A questão da substituição de RBG vai dominar o final da campanha para as presidenciais norte-americanas, previstas para 3 de novembro. Joe Biden, candidato democrata à Casa Branca, afirmou que deve ser o próximo Presidente dos Estados Unidos, que será eleito a 3 de novembro, a escolher o substituto de Ruth Bader Ginsburg.

“Esta noite e nos próximos dias, vamos estar focados na morte da juíza e no seu legado imortal. Mas para que não haja qualquer dúvida, deixem-me ser claro: os eleitores devem escolher o Presidente e o Presidente deve escolher o juiz para que o Senado o considere”, afirmou Joe Biden, numa declaração emitida em direto de sua casa.

Joe Biden lembrou que em 2016, na sequência da morte do juiz Antonin Scalia, da ala conservadora do Supremo Tribunal , o então líder da maioria republicana do Senado, Mitch McConnell, ignorou o substituto escolhido pelo então Presidente Barack Obama (2009-2017) e não submeteu a sua nomeação a voto, com o argumento que não fazia sentido uma aprovação em ano eleitoral.

Na altura, salientou Biden, faltavam quase nove meses para as presidenciais, enquanto agora faltam apenas 46 dias. “Estamos a falar da Constituição e do Supremo Tribunal. Essa instituição não devia estar sujeita à política“, destacou.

O Supremo Tribunal dos EUA é composto por nove juízes, com cargos vitalícios e que têm o poder de mudar as leis do país. Na prática, desempenham um papel crucial em temas como o aborto, os direitos dos imigrantes, a privacidade, a pena de morte e a posse de armas.

Os magistrados são nomeados pelo Presidente norte-americano e devem ser confirmados pelo Senado. Atualmente, os republicanos detêm a maioria no Senado, e Mitch McConnell emitiu já um comunicado, no qual se comprometeu a submeter a votação o candidato que Trump escolher para o Supremo Tribunal.

Na sequência da morte de Ginsburg, a mais alta instância judicial dos Estados Unidos integra oito juízes: três progressistas e cinco conservadores.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. O Biden foi o mentor de deixarem de ser precisos 60% para escolher o novo juiz do supremo, e serem necessários apenas 51%, e agora como a situação é inversa fez o flip flop.
    Democratas, a comédia da América

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