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Novo fóssil de macaco descoberto. É o ancestral mais antigo do gibão

lucianosilva / Flickr

Os gibões estão actualmente sob ameaça de extinção devido à actividade do Homem

Um fóssil de macaco com 13 milhões de anos descoberto na Índia pertence ao ancestral mais antigo do gibão, revela uma nova investigação.

A descoberta preenche um grande vazio no registo fóssil dos símios e fornece novas evidências importantes sobre quando os ancestrais do gibão migraram de África para a Ásia.

Os resultados do estudo foram publicados esta semana na revista científica Proceedings of the Royal Society B. O fóssil, um molar inferior, pertence a uma espécie até então desconhecida, batizada de Kapi ramnagarensis. É a primeira nova espécie de macaco descoberta no sítio arqueológico de Ramnagar, na Índia.

“Soubemos imediatamente que era um dente de primata, mas não se parecia com o dente de nenhum dos primatas encontrados anteriormente na área”, disse o líder da investigação, Christopher C. Gilbert, citado pela Phys.

“Pela forma e tamanho do molar, a nossa suposição inicial era que poderia ser de um ancestral do gibão, mas parecia bom demais para ser verdade, dado que o registo fóssil de macacos menores é virtualmente inexistente. Existem outras espécies de primatas conhecidas durante esse tempo, e nenhum fóssil de gibão foi encontrado em qualquer lugar perto de Ramnagar. Portanto, sabíamos que teríamos que fazer o nosso trabalho de casa para descobrir exatamente o que era este pequeno fóssil”, acrescentou o especialista.

O fóssil foi descoberto em 2015, mas só agora é que os cientistas concluíram os anos de estudo, análises e comparações para verificar a validade do seu argumento.

“O que descobrimos foi bastante convincente e apontava inegavelmente para as afinidades entre o dente de 13 milhões de anos e os gibões”, disse a coautora do estudo Alejandra Ortiz.

“Mesmo que, por enquanto, tenhamos apenas um dente e, portanto, precisemos de ser cautelosos, esta é uma descoberta única. Ela atrasa o mais antigo registo fóssil conhecido de gibões em pelo menos cinco milhões de anos, fornecendo um muito necessária vislumbre dos primeiros estágios da sua história evolutiva”, acrescentou.

O estudo contribui para a ideia de que a migração de grandes macacos e macacos menores de África para a Ásia aconteceu mais ou menos na mesma época e nos mesmo locais.

“Saber que os ancestrais do gibão e do orangotango existiram no mesmo local no norte da Índia há 13 milhões de anos e podem ter uma história de migração semelhante pela Ásia é muito porreiro”, confessou o coautor Chris Campisano.

ZAP //

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