O independentista Carles Puigdemont, líder do governo catalão durante o referendo e consequente declaração de independência de 2017, anunciou a rutura com o Partido Democrata Europeu Catalão (PDeCAT), com quem mantinha discrepâncias estratégicas há anos.
“Acabo de comunicar a David Bonheví, presidente do PDeCAT, a minha decisão de renunciar ao partido a que ele preside. Continuarei a trabalhar, agora como presidente do JuntsXCat, para manter uma relação cordial entre as duas formações”, indicou Puigdemont no Twitter, citado esta terça-feira a agência AFP.
O PDeCAT, criado em 2016, surgiu da Convergência Democrática da Catalunha, ao qual Puigdemont se tinha juntado no início da década de 1980. Em 2018, criou o Chamamento Nacional pela República (Crida), que deu lugar ao Junts per Catalunya (JuntsXCat) este ano, nome da coligação que em 2017 levou os independentistas ao poder na Catalunha.
A rutura surge após momentos de tensão entre Puigdemont e parte da direção do partido, que suspeitava da estratégia do ex-presidente de instigar o confronto permanente com as autoridades espanholas e uma inclinação para políticas de esquerda que vão contra a tradicional ideologia de centro-direita. O ponto de rutura terá sido a apropriação, por parte de Puigdemont, da marca JuntsXCat, com o PDeCAT a planear levar o caso à justiça.
Com Puigdemont saem mais quatro membros do executivo catalão: Meritxell Budó, conselheira da presidência e porta-voz da Generalitat, e os deputados no Parlamento da Catalunha ou os ex-conselheiros presos, Jordi Turull, Josep Rull e Joaquín Forn.
O atual presidente da Generalitat, Quim Torra, não militará no novo partido, apesar de ter estado na sua apresentação.