O Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) considera que as escolas podem reabrir em setembro na Europa, dado não se terem registado muitos surtos nestes estabelecimentos, mas aconselha as empresas a manterem o teletrabalho.
“Consideramos que, tendo em conta os dados disponíveis, as crianças e as escolas não são as maiores fontes de propagação desta pandemia”, diz em entrevista à agência Lusa o chefe-adjunto do programa de doenças do ECDC, Piotr Kramarz.
Por essa razão, “os países deverão abrir as suas escolas [em setembro] e sugerimos algumas medidas para serem adotadas, que devem ser coerentes com as restantes regras da comunidade, como tentar aumentar o distanciamento físico entre alunos”, acrescenta.
Numa altura em que vários países europeus, incluindo Portugal, preparam o regresso físico às aulas e ao trabalho presencial, que estiveram suspensos para serem realizados à distância durante vários meses devido às regras de contenção para a pandemia de covid-19, Piotr Kramarz defende que “o teletrabalho é uma medida que deve continuar a ser considerada nos próximos tempos”.
“Especialmente agora que estamos a assistir a aumentos nos números”, destaca.
Situação diferente da dos estabelecimentos de ensino, segundo Piotr Kramarz.
“Embora haja bastante incógnitas, não houve muitos surtos em escolas, talvez porque as crianças não ficam frequentemente doentes”, o que demonstra então que “esta não é a maior fonte de propagação da pandemia e, por outro lado, fechar as escolas teve graves consequências no desenvolvimento das crianças, não só em termos de aprendizagem, mas também na dimensão social”, frisa o mesmo responsável.
“O que propomos é que sejam cumpridas algumas regras”, sugere, numa alusão a medidas que, além do máximo distanciamento físico possível, passam por “introduzir horários específicos [para cada ano] para que as aulas não terminem ao mesmo tempo e o intervalo também não seja ao mesmo tempo”.
Alerta contra relaxamento dos cidadãos
Na mesma entrevista à Lusa, o ECDC manifestou-se contra “o relaxamento” dos cidadãos face às medidas de contenção da covid-19, avisando que o surto ainda não terminou, mas afasta para já hipótese de novo confinamento.
“Estamos a sentir e a observar que algumas pessoas pensam que a pandemia já acabou e que não precisam de cumprir qualquer medida e isso não é verdade”, frisa em entrevista à Lusa o chefe-adjunto do programa de doenças do ECDC, Piotr Kramarz.
“Pode ser um pequeno gesto [de cada um], mas é muito importante para parar este ressurgimento” de casos na Europa, acrescenta o responsável.
Questionado se esta descontração dos cidadãos poderá estar a contribuir para o aumento de casos em países como Portugal, o cientista admite que “há diferentes fatores [para justificar este aumento]” e “um deles poderá ser o aumento dos testes”.
“Mas o que estamos a verificar é que o ressurgimento real está relacionado com o relaxamento das medidas, em termos individuais”, reforça Piotr Kramarz.
E este cenário, de acordo com o cientista, poderá também estar relacionado com a altura do ano, o verão: “Vemos nalguns países que as pessoas estão relaxadas relativamente a este vírus e estão, provavelmente, a encontrar-se com outras e a frequentar espaços lotados, nomeadamente durante as férias, e agora estão a regressar de vários ‘resorts’ e outros lugares”. Situações que se verificam “não necessariamente atravessando as fronteiras, [já que] isto acontece dentro dos países”, explica Piotr Kramarz.
Aliás, de acordo com o especialista, “o papel das viagens não é muito significativo nesta fase”, dado que “existe transmissão comunitária dentro dos países”.
ZAP // Lusa
Não houve surtos nas escolas durante os meses de julho e agosto logo poedemos abrir as escolas.
Lol..