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“A profissionalização é fundamental”. Este ano já morreram quatro bombeiros, todos voluntários

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Rodrigo Antunes / Lusa

Nos incêndios deste ano já morreram quatro bombeiros. O último ano tão mortífero foi 2013, em que sete bombeiros perderam a vida. Em comparação, nos incêndios de 2019, não se registaram vítimas mortais entre esses profissionais.

Como noticiou o Expresso na terça-feira, o bombeiro Carlos Carvalho, de 40 anos, voluntário de Cuba, no Baixo Alentejo, foi apanhado a 13 de julho num incêndio em Castro Verde, no qual mais quatro colegas ficaram feridos. Ficou com queimaduras em mais de 90% do corpo, acabando por morrer.

Este ano já morreram outros três bombeiros, todos voluntários: um no combate ao fogo, um num acidente de automóvel durante as operações e outro que se sentiu mal durante um fogo. Já nos fogos de 2017 em Pedrógão e na região centro morreram dois bombeiros.

“É difícil responder sem os resultados dos inquéritos que já foram abertos pelas autoridades”, disse o presidente da Associação Portuguesa de Bombeiros Voluntários, João Marques. “Às vezes é simplesmente azar, outras vezes excesso de confiança ou má preparação. Não quero estar a avançar com uma explicação sem saber em concreto o que aconteceu”, acrescentou.

João Marques indicou que “os números são, de facto, surpreendentes” e que não têm uma explicação óbvia. “Espero que fiquem por aqui. Para nós o desejável é que não morresse um único bombeiro. Estamos obviamente preocupados e já enviámos um ofício à secretária de Estado, juntamente com os bombeiros profissionais, para discutirmos o tema, mas ainda não tivemos resposta”.

“A profissionalização é fundamental”, admitiu João Marques. “Apesar de eu ser presidente de uma associação que representa os bombeiros voluntários, defendo que os profissionais têm de ser a primeira resposta no combate aos incêndios ou em outras emergências. As situações mais difíceis exigem mais treino, e um voluntário que tem outra profissão não tem a disponibilidade e o treino de um profissional”.

“A excelência atinge-se com mais treino e mais formação. O contrário é que seria de estranhar”, concluiu João Marques.

ZAP //

4 Comments

  1. E a profissionalização cria algum escudo protector aos bombeiros? Já fizeram contas, com a profissionalização quantos bombeiros são precisos? Sempre houve e continuará a haver grandes incêndios, e não é com a profissionalização que deixam de haver. Alterem o dispositivo de combate, onde seja o bombeiro que vai ao encontro do fogo, e não, o bombeiro ficar na estrada à espera que o fogo aí chegue.

  2. E porque não acabar com os incendiários?. Aumentar as penas para 25 anos de prisão efectiva?.
    Aposto que se acabarem com os incendiários, não haverá mais mortes.
    Experimentem.

  3. E a prevenção musculada onde está, os incendiários quem os, ataca a sério, por que razão as nossas tropas não fazem vigia por todo o país durante os meses críticos, por que razão não se organiza a floresta de uma vez por todas, por que razão continuamos a viver de promessas e mentiras, por que razão, governos e Assembleia da República não atuam em conformidade com a gravidade da situação? CHEGA!

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