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Dono de casa de apostas lidera ilegalmente o Feirense

Paulo Novais / Lusa

O dono da SAD do Feirense, Kunle Soname, é dono de uma casa de apostas. No entanto, desde 2017, a lei portuguesa determina que há uma incompatibilidade nestes dois cargos.

O nigeriano Kunle Soname é dono da Bet9ja, uma das maiores casas de apostas do continente africano. Desde 2015, que o empreendedor é também dono 70% da SAD do Feirense, clube que milita no segundo escalão do futebol português.

No entanto, o jornal Público escreve que a lei portuguesa impede, desde 2017, que elementos ligados a empresas de apostas desportivas desempenhem cargos de administração ou gestão numa Sociedade Anónima Desportiva.

Apesar disso, o Feirense sempre tem conseguido licenciar-se nas competições profissionais da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP). Além disso, o clube também tem prestado falsas declarações à Plataforma da Transparência da FPF sobre as ligações de Soname a uma casa de apostas.

O emblema de Santa Maria da Feira já esteve envolvido em suspeitas de match fixing (viciação de resultados). No dia 6 de fevereiro de 2017, no Feirense-Rio Ave, da 20.ª jornada da I Liga, o Placard e a Santa Casa suspenderam as apostas, já que apostadores chineses tentaram investir 50 mil e 100 mil euros neste encontro.

Posteriormente, o Ministério Público confirmou que quatro jogadores do Rio Ave (o guarda-redes Cássio e os defesas Marcelo, Roderick e Nadjack) foram constituídos arguidos por suspeitas de match fixing. Os então jogadores do Rio Ave terão aceitado milhares de euros para ajudarem a sua equipa a perder.

A alteração feita à lei em 2017 proíbe que “quem possua ligações a empresas ou organizações que promovam, negoceiem, organizem, conduzam eventos ou transações relacionadas com apostas desportivas” não possam exercer funções numa SAD.

Fonte da direção da Liga, contactada pelo Público, garantiu que a situação não é do conhecimento do organismo. A FPF também não tinha conhecimento e adiantou que a SAD do Feirense negou esta incompatibilidade do seu presidente à Plataforma da Transparência.

O caso ganha notoriedade principalmente após a comissão de auditoria da Liga ter recentemente reprovado os processos de licenciamento do Desportivo das Aves e do Vitória Futebol Clube, por não cumprirem os requisitos necessários.

ZAP //

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