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Suspensão de rendas nos centros comerciais beneficia bancos. Foi proposta pela PCP

martinrp / Flickr

Como não pagam a renda variável associada às vendas, bancos e as companhias de seguros não terão custos com o uso dos espaços até ao fim do ano.

Até ao fim do ano, as lojas de centros comerciais vão pagar apenas a componente variável das rendas, calculada em função das vendas. Esta medida proposta pelo PCP favorece as lojas que não pagam renda variável, como bancos ou seguradoras.

A medida, aprovada em sede de Orçamento suplementar, isenta os lojistas da componente fixa das rendas, ou seja, vão pagar apenas a parte variável, que corresponde a uma percentagem das vendas, além dos encargos comuns. No entanto, há  contratos que não obedecem a esta fórmula.

No caso dos bancos e das companhias de seguros, como “não pagam a renda variável” associada às vendas, não terão custos com o uso dos espaços até ao fim do ano, revelou António Sampaio de Mattos, presidente da Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC), ao Jornal de Negócios.

Ao diário, a associação considera que a medida do PCP “traz benefícios às grandes empresas”. Esta posição é corroborada por Eric Van Leuven, presidente da Associação de Empresas de Consultoria e Avaliação Imobiliária (ACAI), que confirma a exceção “dos bancos, mas não só”, e classifica a medida como “profundamente injusta para as pequenas empresas”.

De acordo com o especialista “cerca de três quartos das áreas dos centros comerciais são ocupados por grandes conglomerados”, como o grupo Inditex, “cujo dono é um dos homens mais ricos do mundo” e que, “ao contrário dos pequenos comerciantes, não precisa das ajudas e vai recebê-las“.

Pedro Siza Vieira, ministro da Economia, também é um dos críticos desta medida, tendo afirmado esta terça-feira que a suspensão das rendas “estabelece um precedente que não sabemos como será gerido”, além de “beneficiar grandes empresas”.

Também o secretário de Estado do Comércio, João Torres, afirmou no plenário que, apesar do “impacto significativo” da crise, é “importante não criar soluções inadequadas que beneficiem os que não necessitam de proteção”.

ZAP //

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