Investigação portuguesa descobriu 14 espécies marinhas com potencial para produção de antibióticos

herraez / Canva

Uma investigação conjunta da Universidade de Aveiro e da Universidade Católica descobriu 14 novas espécies e um género de fungos marinhos, com potencial para produção de antibióticos, revelou esta segunda-feira fonte académica.

“Neste momento, estão a ser analisadas quanto ao potencial enzimático, antibacteriano, antioxidante e antitumoral, sendo que os resultados preliminares revelam que algumas destas espécies são potenciais fontes de antibióticos, capazes de inibir o crescimento de bactérias patogénicas clínicas, incluindo bactérias multirresistentes”, adianta a fonte.

A raridade de estudos sobre fungos marinhos leva a que os dois laboratórios envolvidos, o Microlab e o Funplantlab, tenham dois objetivos: desvendar a biodiversidade oculta relativa a fungos marinhos em Portugal, e avaliar o seu potencial na produção de compostos bioativos relevantes.

Recentemente, o grupo descreveu um novo género e 14 novas espécies de fungos marinhos para a ciência, encontrados ao longo da costa portuguesa e na Ria de Aveiro.

Foram recolhidos 1.312 espécimes isolados de vários substratos hospedeiros ao longo da costa portuguesa e da Ria de Aveiro e observados resultados diferentes na atividade enzimática e antibacteriana, quando os fungos se desenvolvem na presença ou ausência de sal.

Com base nesses resultados preliminares, foram selecionados oito fungos para fermentação e obtenção de extratos brutos, estando a ser testada a sua atividade antibacteriana a antioxidante.

“Pretende-se ainda, no futuro, identificar metabolitos secundários associados às diferentes atividades biológicas detetadas nestas oito espécies selecionadas e sequenciar os genomas das espécies com características mais promissoras, de modo a identificar genes biossintéticos”, assume a equipa de investigação.

Os trabalhos decorrem no âmbito da tese de doutoramento de Micael Gonçalves, intitulada “Fungos marinhos: diversidade e potencial biotecnológico”, sob orientação de Artur Alves, professor do Departamento de Biologia da UA (dbio) e investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM).

Ana Cristina Esteves, professora da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade Católica Portuguesa e investigadora do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde é a orientadora da investigação pela Católica.

// Lusa

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