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Orfão, capturado e apresentado à rainha. A história da mais antiga fotografia de um indígena da Nova Zelândia

National Library of Australia

Um daguerreótipo – primeiro processo fotográfico do mundo – mantido na Biblioteca Nacional da Austrália é o mais antigo retrato fotográfico conhecido de um indígena maori da Nova Zelândia.

Na imagem antiga, um adolescente aparece vestido com uma capa tradicional de chefe maori. Segundo Elisa DeCourcy e Martyn Jolly, investigadoras australianas, a pessoa na fotografia é Hemi Pomare, um nativo do arquipélago de Chatham.

De acordo com o The Conversation, a família de Pomare morreu após uma invasão feita por um grupo maori e, no início da década de 1840, o órfão foi capturado por um comerciante britânico.

Ao chegar a Sydney, entrou num colégio interno. Três anos depois, juntou-se ao pintor itinerante George French Angas, que o levou para a Inglaterra em 1846. Lá, o jovem participou como um “retrato vivo” de um maori numa exposição etnográfica e até foi apresentado à rainha Victoria.

Terá sido nessa altura que o daguerreótipo foi feito, indicando que o autor mais provável da fotografia é o pioneiro francês do daguerreótipo, Antoine Claudet.

Segundo os investigadores, o manto com o qual Pomare está coberto é o mesmo que foi pintado entre 1844 e 1846 por Angas para a sua coleção de obras etnográficas da Austrália e Nova Zelândia.

Durante mais de um século, o daguerreótipo foi mantido por proprietários particulares. Na década de 1960, foi adquirida pelo historiador australiano Eric Keast Burke para a coleção da Biblioteca Nacional. Embora tivesse sido digitalizado, havia sido parcialmente catalogado e não tinha sido atribuído até agora.

Todas as evidências sugerem que esta imagem não é só a fotografia sobrevivente mais antiga de Hemi, mas também provavelmente o retrato fotográfico sobrevivente mais antigo de qualquer pessoa maori. Até agora, um retrato de Caroline e Sarah Barrett, tirado por volta de 1853, era considerado a imagem mais antiga.

A investigação completa de DeCourcy e Jolly vai ser publicada no livro “Empire, Early Photography and Spectacle: the career global of showman daguerreotypist J.W. Newland”, que será lançado este ano.

ZAP //

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