Celebra-se nesta quarta-feira os 100 anos do nascimento de Amália Rodrigues com um conjunto de iniciativas que incluem concertos, exposições, videomapping e outras iniciativas que se estenderão até 2021.
Em julho de 1920, a Rua Martim Vaz, na freguesia da Pena, próximo da Mouraria, em Lisboa, via nascer Amália da Piedade Rebordão Rodrigues, a eterna diva do fado.
Apesar de no seu registo de nascimento constar o dia 23, a artista sempre considerou ter nascido no primeiro dia do mês, tal como recorda o portal Espalha-Factos.
Para comemorar o centenário do seu nascimento, reuniram-se mais de 100 guitarristas de várias gerações num concerto tributo a Amália Rodrigues, escreve o Correio da Manhã.
O concerto foi gravada nos Paços do Concelho de Lisboa durante a pandemia e será agora transmitido através das redes sociais da CM de Lisboa e do Museu do Fado nesta quarta-feira. Na quinta-feira, o mesmo concerto será exibido pela RTP, às 22h30.
Os 100 guitarristas, divididos em 12 grupos, vão revisitar os principais êxitos de Amália Rodrigues. Entre os músicos está Gaspar Varela, bisneto de Celeste Rodrigues, irmã de Amália Rodrigues, escreve ainda o matutino.
De 3 a 12 de setembro acontece a Festa do Fado, assinalando a reabertura das casas de fado, depois do encerramento devido à covid-19, “com condições especiais aos seus visitantes”. Esta iniciativa, da câmara em parceria com a Associação das Casas de Fado (ACF), prevê, a atuação de “mais de 100 artistas em sessões gravadas e transmitidas em streaming, a partir das redes sociais da Câmara e do Museu do Fado”.
Joel Pina, músico cuja carreira se entrecruza com a de Amália, de quem foi viola-baixo durante mais de 30 anos, fez em fevereiro 100 anos.
A festa prevista para março último, no Teatro S. Luiz, em Lisboa, foi adiada e vai acontecer no âmbito das celebrações amalianas, no dia 24 de setembro, no Museu do Fado.
Celebrações internacionais e até 2021
As celebrações são a nível internacional também, com os vários festivais de fado realizados além fronteiras, patrocinados pela Câmara de Lisboa, a “prestar homenagem à memória viva de Amália Rodrigues”. Estes festivais, além dos espetáculos dos fadistas incluem conferências, exposições e projeções de filmes.
No dia 6 de outubro, quando passam dez anos sobre a morte da criadora de “Povo que Lavas no Rio”, será transmitido a partir da Casa de Amália Rodrigues na Rua de S. Bento, em Lisboa, um concerto com Sara Correia, Fábia Rebordão e Cuca Roseta.
O musicólogo Rui Vieira Nery, um dos membros do grupo de trabalho para a celebração do centenário, fará uma “introdução histórica”.
Outra iniciativa é a realização do documentário televisivo “Fado”, em 12 episódios, de autoria do músico Paulo Valentim, que assina a conceção e desenvolvimento com Hélder Moutinho e Pedro Ramos cabendo a realização e direção de fotografia a Aurélio Vasques.
Este documentário visa promover “o universo do fado na cidade de Lisboa”.
A programação prossegue em 2021 com três exposições comissariadas por José Manuel dos Santos e Frederico Santiago, nos museus do Fado, do Teatro e da Dança e no Panteão Nacional para além de uma outra no Museu do Traje, também em Lisboa.
Em março, no dia 21, é inaugurada no Museu do Fado a exposição “Amália Fado” e, quatro dias depois, a mostra “Amália Palco”, no Museu Nacional do Teatro e da Dança, que também recebeu uma mostra sobre fadista nos seus 50 anos de carreira, em 1989.
Toda a programação está disponível em http://centenarioamaliarodrigues.pt.
A mais fulgurante carreira musical do século XX
Amália Rodrigues(1920-2020) protagonizou a mais fulgurante carreira musical do século XX em Portugal. O escritor Miguel Esteves Cardoso e o editor discográfico David Ferreira, justificaram à agência Lusa este êxito, dentro e além fronteiras, como revelador da sua voz e da “inteligência com que Amália cantava”.
A fadista nasceu, oficialmente, a 23 de julho de 1920, em Lisboa, no seio de uma família originária da Beira Baixa. Em julho de 1939 um dos títulos da imprensa fadista noticiou que Amália da Piedade Rodrigues acabara de obter a carteira profissional, tornando-se oficialmente fadista.
A menina que aos 15 anos brilhara na marcha de Alcântara, e desde logo chamara a atenção, passava a fazer parte do elenco de uma das mais prestigiadas casas de fado: o Retiro da Severa, rampa de lançamento do mais internacional nome do fado.
Amália Rodrigues morreu a 6 de outubro de 1999.
ZAP // Lusa / Espalha-Factos