Uma simulação feita em laboratório sugere que a vida na Terra pode ter começado nas profundezas da crosta terrestre.
Uma equipa de investigadores simulou em laboratório um potencial início da vida na Terra, recriando as condições adversas encontradas nas profundezas da crosta terrestre há 3,8 mil milhões de anos.
Os autores explicam que inicialmente havia uma espécie de bolha, semelhante a uma bolha de sabão, envolvida por uma membrana. Como tal, os cientistas recriaram em laboratório fendas cheias de água das fontes geotérmica da Terra. Foram criadas e desintegradas 1.500 “bolhas” em 14 dias para retirar conclusões o mais precisas possível.
O Tech Explorist explica que os cientistas descobriram que algumas das bolhas sobreviveram à mudança de geração sendo que incorporaram predecessores específicos de proteínas da sopa primordial nas suas membranas. A sopa primordial é um termo introduzido pelo biólogo Aleksandr Oparin, que descreve a mistura teórica de compostos orgânicos que podem ter dado origem à vida na Terra.
Ao acontecer isto, as bolhas tornaram-se cada mais estáveis, mais pequenas e a sua membrana tornou-se mais permeável.
“Concluímos que, desta forma, as bolhas foram capazes de compensar a pressão destrutiva. Como estratégia de sobrevivência, se preferirmos. Mesmo que essa bolha fosse destruída, a próxima geração assumia a estrutura da proteína. Desta maneira, adotou uma função dos seus antecessores – semelhante à herança clássica”, explicou o autor Christian Mayer, cujo livro com as descobertas será publicado em julho deste ano.
Embora não tenham certezas de nada, Mayer e o seu colega, Ulrich Schreiber, acreditam ter encontrado evidência de, pelo menos, um estágio preliminar de vida na Terra.
“De acordo com o que simulamos, há mil milhões de anos, estas bolhas podem ter-se tornado estáveis o suficiente para vir à superfície durante as erupções dos géiseres. Com o tempo, outras funções podem ter sido adicionadas até a primeira célula ser formada”, explicou, por sua vez, Scheriber.