Um chocolate que reflete as cores do arco-íris pode ser uma ideia saída de um dos nossos melhores sonhos mas, com uma ajudinha da Física, acabou de se tornar uma realidade.
De acordo com o jornal New York Times, a ideia partiu de Samy Kamkar, fundador da empresa de segurança na Internet Openpath, mas que tem também como hobby fazer experiências com comida.
Depois de dois meses de tentativas, o norte-americano conseguiu: um chocolate, 100% comestível, que brilha como um arco-íris. “Qualquer um pode fazê-lo em casa. Não há revestimento. Não há um ingrediente especial. É a textura da superfície do próprio chocolate que o está a produzir”, explicou.
Segundo o site IFLScience, o primeiro passo foi temperar o chocolate. Ao derretê-lo e arrefecê-lo, os cristais podem decompor-se e, depois, transformá-los em estruturas que otimizam a sua suavidade e o seu brilho.
De seguida, Kamkar colocou o chocolate numa câmara de vácuo para impedir a formação de bolhas de ar (embora ele explique que este poderá não ter sido um passo crucial).
É aqui que entra a Física. O investigador cortou a laser um molde 3D em forma de cogumelo que, na sua base, tinha um padrão microscópico de onda dente de serra, que ficou impresso na superfície do chocolate quando este foi deitado lá dentro.
Tal como explica o jornal norte-americano, o princípio por detrás desta ‘magia’ é a chamada difração, isto é, quando a luz interage com uma superfície e é atraída ou separada. É similar à refração, que ocorre quando a luz branca é quebrada num arco-íris através de um prisma.
Num objeto com muitas linhas e arestas uniformes, tal como este chocolate, a luz difratada torna-se a luz dominante que vemos, criando iridescência. É este mesmo processo que cria os ‘arco-íris’ na superfície de um CD.
De acordo com o NYT, Kamkar não é a única pessoa que teve esta ideia. Há mais de dois anos que cientistas suíços estão a trabalhar para criar um chocolate iridescente que possa ser colocado no mercado.