A Polícia Judiciária deteve, esta quarta-feira, um jovem de 19 anos e constituiu arguido outro, de 23 anos, pela “prática reiterada” de acesso ilegítimo, falsidade, dano e sabotagem informática e realizou buscas domiciliárias em quatro locais.
A Polícia Judiciária adianta, em comunicado, que os ataques informáticos em escala, conhecidos por “Defacing” e “DDoS”, eram dirigidos a entidades públicas e privadas e foram-se agravando nos últimos dois meses, tendo origem “num grupo criminoso de cidadãos portugueses”.
“Além de comprometerem a integridade e a disponibilidade dos dados e da informação das entidades visadas, estes crimes informáticos afetam a paz social e a segurança no domínio do ciberespaço”, refere a Polícia Judiciária.
Após as participações de várias entidades e perante a reincidência dos dois suspeitos foram realizadas buscas domiciliárias para que fosse apreendido o material informático utilizado nos crimes.
Contactado pela Lusa, Carlos Cabreiro, diretor da Unidade de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), adiantou que a investigação daquela unidade da PJ permitiu identificar e deter o jovem de 19 anos e um outro arguido (23 anos), sendo que o primeiro tinha antecedentes criminais pelo mesmo tipo de crime.
O responsável da PJ referiu que o jovem de 19 anos – que será interrogado esta quinta-feira por um juiz de instrução criminal (JUC) para aplicação das medidas de coação – foi identificado há anos por pertencer ao grupo de hackers Anonymous, mas não foi preso porque à data tinha 16 anos, ficando assim sujeito a medida de proteção de menores.
Carlos Cabreiro disse à Lusa que as quatro buscas domiciliárias realizadas na operação da PJ ocorreram na zona da Grande Lisboa, incluindo na Ericeira (Mafra, Sintra). Durante as buscas, indicou, foi possível apreender diverso material informático utilizado na prática reiterada dos crimes de acesso ilegítimo, falsidade, dano e sabotagem informática, visando entidades públicas e privadas.
O diretor da UNC3T da PJ referiu a propósito da detenção agora efetuada pela PJ que recentemente tinham sido reivindicados por hackers ataques a vários organismos públicos numa operação designada 25 de abril.
Questionado sobre a forma como estes jovens hackers conseguem penetrar no sistema informático de tantas entidades e empresas, Carlos Cabreiro aproveitou para dizer que, “de facto, tais entidades públicas e privadas têm que se preocupar mais e procurar melhorar o seu sistema de segurança” informático.
Também esta quarta-feira, em comunicado relativo a este caso de cibercriminalidade, a Polícia Judiciária apelou para que as entidades públicas e privadas cumpram as diretrizes e regras técnicas de segurança constantes da Resolução de Conselho de Ministros 41/2018 de 28 de março.
No comunicado, a PJ indicou também que os ataques informáticos em escala, conhecidos por “Defacing” e “DDoS”, dirigidos a entidades públicas e privadas, foram-se agravando nos últimos dois meses, tendo origem “num grupo criminoso de cidadãos portugueses”.
“Além de comprometerem a integridade e a disponibilidade dos dados e da informação das entidades visadas, estes crimes informáticos afetam a paz social e a segurança no domínio do ciberespaço”, vincou a PJ, notando que, após as participações de várias entidades e perante a reincidência dos dois suspeitos, foram executadas as buscas domiciliárias para apreensão do material informático.
A operação esteve a cargo da UNC3T da PJ, em inquérito do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DECIAP).
ZAP // Lusa