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“Muitos dos pressupostos do orçamento estão ultrapassados”, diz Marcelo

António Cotrim / Lusa

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República indicou, numa entrevista à TVI via skype, que já recebeu o Orçamento do Estado de 2020 para analisar. Essa análise, indicou Marcelo Rebelo de Sousa, vai demorar “muito mais tempo” do que o previsto porque “muitos dos pressupostos do orçamento estão ultrapassados”.

“Eu já recebi o Orçamento do Estado e vou demorar muito mais tempo… tinha previsto tê-lo pronto no fim de semana, vou ter que demorar muito mais tempo porque muitos dos pressupostos do orçamento estão ultrapassados. O orçamento começou a ser preparado em meados do ano passado, quem é que imaginava as consequências económicas do vírus que ainda está entre nós?”, declarou o chefe de Estado.

Segundo avançou o ECO, citando a entrevista da TVI, Marcelo referiu que as novas condições económicas não exigirão um orçamento retificativo. “Acho que o orçamento é suficientemente maleável e flexível para permitir ajustamentos, mas a sua execução vai ter que ser muito hábil atendendo àquilo que durar… mais dois meses, mais três meses, esta epidemia, pode representar no mundo, na Europa e em Portugal”.

O Presidente afirmou igualmente prefere aguardar pela chegada das leis da eutanásia e a regionalização para se pronunciar, sublinhando, contudo, que o processo em relação à eutanásia vai ser longo.

Sobre o mandato que chega ao último ano, considerou: “O primeiro foi o pior de todos, porque foi o ano da crise no sistema bancário, e foi o ano de arranque de uma experiência nova que ninguém sabia como ia ser. Podia dar bem, podia dar mal, e no início, os mercados, as autoridades, várias, financeiras, e grupos económicos cá dentro e lá foram olhavam com a maior suspeição”.

“O segundo, porque houve a tragédia dos incêndios, e que marcou o segundo semestre, o terceiro porque começou a campanha eleitoral cedo demais, e houve aquele semestre de inorganicidade e de tensões sociais em setores chave, os estiva, os camionistas, algumas atividades no domínio da saúde, e o quarto porque foi um ano todo de campanha eleitoral”, analisou o chefe de Estado.

E acrescentou: “E nesse sentido, muito diferentes, com desafios complexos, sendo que o quarto também com a Europa a arrefecer e o mundo a arrefecer economicamente”.

ZAP //

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