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Astrónomos encontraram uma anã branca como nunca tinham visto

Mark Garlick / University of Warwick

Impressão de artista de duas anãs brancas em processo de fusão

Astrónomos suspeitam que uma enorme anã branca seja o produto final de uma fusão entre duas anãs brancas.

As anãs brancas são o núcleo estelar de estrelas mais pequenas como o nosso Sol, compostas sobretudo por carbono e oxigénio ou oxigénio e néon, dependendo da massa da estrela progenitora. São também altamente densas: a sua massa é comparável com a do Sol, enquanto o seu volume é comparável com o volume da Terra.

Estes núcleos estão dentro de uma concha de hélio que é então envolvida em hidrogénio, o que muitas vezes interrompe as medições de outros elementos. Mas, segundo o site IFLScience, a WDJ0551 + 4135 não é como as anãs brancas comuns: a sua atmosfera é surpreendentemente rica em carbono e hidrogénio.

Este objeto estelar foi descoberto graças à sonda espacial Gaia, operada pela Agência Espacial Europeia (ESA). A equipa de astrónomos seguiu-a com o Telescópio William Herschel e descobriu que é estranhamente pesada: 1,14 vezes a massa do Sol (geralmente, as anãs brancas têm em média 0,6 vezes a massa do Sol).

“Temos uma composição que não conseguimos explicar através da evolução estelar normal, uma massa que tem duas vezes a média de uma anã branca, e uma idade cinemática mais velha do que a inferida pelo arrefecimento”, afirma Mark Hollands, da Universidade de Warwick, no Reino Unido.

“Temos a certeza de como uma estrela forma uma anã branca e não deve fazer isto. A única maneira de o explicar é se foi formada através da fusão de duas anãs brancas”, acrescenta Hollands, autor principal do estudo publicado, esta segunda-feira, na revista científica Nature Astronomy.

Enquanto a equipa considera a atmosfera uma marca clara do evento de fusão, a sua massa é igualmente importante. O que pode significar que muitas das anãs brancas mais pesadas sejam o produto final de uma fusão. De acordo com o mesmo site, as anãs brancas não podem ser mais pesadas que 1,4 vezes a massa do Sol, uma vez que, nesse ponto, transformam-se numa supernova.

A equipa de investigadores pretende confirmar se a fusão foi, ou não, o verdadeiro canal de formação para este objeto estelar, usando uma técnica chamada asterosismologia para estudar a pulsação da estrela e entender a sua composição.

ZAP //

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