Algoritmo analisa textos de Edgar Allan Poe e indica que autor pode não ter cometido suicídio

Jimmy Emerson, DVM / Flickr

Mural dedicado a Edgar Allan Poe

Através de um algoritmo que identifica marcadores linguísticos de depressão e cognição suicida, investigadores norte-americanos que o escritor Edgar Allan Poe pode não ter cometido suicídio.

Nesta análise, investigadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos (EUA) e da Universidade de Lancaster, em Inglaterra, utilizaram o algoritmo para avaliar 309 cartas, 49 poemas e 63 contos escritos por Edgar Allan Poe, informou o Fast Company. O autor era conhecido pelas crises financeiras, consumo excessivo de álcool e depressão.

O autor morreu em 1849, aos 40 anos, depois de passar vários dias num aparente delírio. O seu contemporâneo e tradutor Charles Baudelaire especulou que a sua morte era “quase um suicídio, um suicídio preparado durante um longo tempo”.

“O meu palpite é que ele estava realmente a entrar em depressão, em direção ao fim de sua vida, mas não se matou”, indicou Ryan Boyd, psicólogo da Universidade de Lancaster e um dos autores da análise. Contudo, a equipa encontrou vários episódios depressivos prováveis ​​no início da sua vida, incluindo um que ocorreu após a morte da sua esposa.

O algoritmo procurou por pistas de depressão, incluindo o uso frequente de palavras de emoções negativas (como ruim, triste, zangado), poucas palavras felizes (como boas, fantásticas) e poucos pronomes plurais (como nós, nossos, nós).

Pesquisas anteriores mostram que esses marcadores estão associados a suicídios e são encontrados com mais precisão em cartas casuais. Contudo, a maioria dessas pesquisas concentrou-se na escrita moderna, não na poesia da era vitoriana.

O estudo “Deep in the dark peering” foi publicado no Journal of Affective Disorders.

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