O rapper conquistou o prémio de melhor álbum britânico do ano, esta terça-feira, na 40.ª edição dos Brit Awards, na qual a norte-americana Billie Eilish foi também distinguida.
Com o álbum Psycodrama, que explora a identidade negra e denuncia o racismo institucionalizado, Dave, originário do bairro londrino de Brixton, venceu candidatos nesta categoria como o cantor escocês Lewis Capaldi, o ex-One Direction Harry Styles, o também rapper Stormzy e o intérprete Michael Kiwanuka. Em setembro, o rapper tinha já arrecadado o prestigiado Mercury Prize para o mesmo trabalho.
De acordo com o jornal Público, o rapper agitou as águas do evento ao atacar diretamente o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, na sua interpretação do tema Black.
Na categoria de melhor artista masculino venceu o Stormzy, em competição com os mesmos artistas nomeados para o prémio de melhor álbum britânico. Já Lewis Capaldi conquistou dois prémios, ao longo da noite na O2 Arena de Londres, o de novo artista e o da melhor canção do ano, com Someone you loved.
As nomeações dos mais prestigiados prémios da música britânica para melhor álbum e para melhor artista masculino criaram alguma polémica pela seleção dominada por músicos masculinos, na primeira categoria, e maioritariamente negros, na primeira e segunda categorias. O prémio de melhor grupo, para o qual também os nomeados eram todos homens, foi para os Foals, que bateram os Coldplay.
No entanto, a grande expetativa da noite era o prémio de melhor artista feminina internacional, conquistado pela norte-americana Billie Eilish, de 18 anos, já distinguida nos Grammy Awards.
Eilish, que ao receber o prémio homenageou as restantes candidatas Lizzo, Ariana Grande, Camila Cabello e Lana del Rey, interpretou pela primeira vez No time to die, tema da banda sonora do próximo filme do espião britânico James Bond.
Do lado masculino, Tyler, the Creator foi distinguido com o prémio de melhor artista masculino internacional. O rapper norte-americano regressou aos palcos britânicos depois de, em 2015, a ex-primeira-ministra Theresa May, na altura ministra da Administração Interna, ter proibido a entrada do músico no Reino Unido por considerar que a sua música alimenta o ódio, recorda o mesmo jornal.
A restrição foi levantada no ano passado, mas Tyler não esqueceu. No palco da cerimónia, Tyler agradeceu o prémio à ex-goverante: “Alguém que carrego com carinho no coração. Alguém que fez com que, há cinco anos, não pudesse ter vindo a este país. Espero que esteja em casa toda lixada: Obrigado, Theresa May”.
Do lado britânico, a hispano-britânica Mabel, de 23 anos, conquistou o prémio de melhor artista feminina do ano.
ZAP // Lusa