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BBC está na mira de Boris (e pode deixar de existir como a conhecemos)

Will Oliver / EPA

Há uma guerra entre Boris Johnson e a emissora britânica BBC que pode levar a uma remodelação profunda. Nos planos do executivo está acabar com a taxa da televisão e fazer com que os telespetadores paguem uma subscrição.

Segundo revelou este domingo o Sunday Times, que citou uma “fonte sénior” da administração do Governo britânico, a taxa de licença da BBC enquanto estação pública de televisão — financiada com impostos dos contribuintes — pode estar em risco. A BBC pode-se inclusivamente tornar um “serviço de subscrição”, pago pelos seus consumidores e espetadores – e não com fundos públicos.

Atualmente, os britânicos têm de pagar a taxa de televisão obrigatória, que custa 154,5 libras por ano – 185,68 euros. Esse valor vai aumentar em abril para os 189,2 euros. Nicky Morgan, a ministra da Cultura, disse que vai lançar uma consulta sobre a possibilidade de descriminalizar o não pagamento.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, a fonte apontou que o primeiro-ministro britânico que sucedeu a Theresa May mostrou-se “verdadeiramente estridente” quanto à necessidade de uma reforma profunda da estação, que pode incluir também uma “redução do número de canais de televisão” da estação. Atualmente, a BBC tem oito canais televisivos nacionais e vários canais locais e regionais no Reino Unido.

As mudanças são tratadas pelo The Guardian como um “potencial ataque” do governo de Boris Johnson à estação pública de informação e deverão ser vistas como “o aumento da hostilidade” entre o executivo e a BBC.

O secretário de estado dos Transportes do Reino Unido, Grant Shapps, confirmou à britânica Sky News que está a ser feita uma “consulta” à hipótese de substituir a estação de meio de comunicação financiado com impostos para serviços de subscrição pago.

A estação pública britânica de rádio e televisão foi acusada de ter coberto as últimas eleições legislativas no Reino Unido, que resultaram numa maioria absoluta conquistada pelo Partido Conservador de Boris Johnson, com parcialidade e enviesamento. A BBC defendeu-se das acusações, recusando ter sido tendenciosa no acompanhamento da campanha eleitoral.

Boris Johnson já recusou entrevistas à estação por considerar que tem uma agenda anti-conservadora. As notícias sobre os cortes orçamentais do governo à BBC caso Boris Johnson fosse eleito primeiro-ministro surgiram durante a campanha eleitoral.

ZAP //

 

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