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No dia em que se celebra o amor, mexicanas pedem justiça para Ingrid Escamilla

Mario Ruiz / EPA

A jovem de 25 anos foi brutalmente assassinada pelo namorado, no passado sábado, na capital mexicana, e as fotografias do crime foram vazadas pela imprensa.

Hoje, no México, tal como em muitos países, celebra-se o Dia de São Valentim. Mas hoje foi também o dia em que muitas mexicanas saíram à rua para relembrar que, só no ano passado, cerca de três mil mulheres foram assassinadas.

Segundo o Russia Today, o caso mais recente é o de Ingrid Escamilla, uma jovem de 25 anos que foi assassinada, no sábado, na Cidade do México. O namorado, que já confessou o crime, esfaqueou-a no pescoço, esfolou-a e removeu alguns órgãos do cadáver.

Não bastasse o facto de ser mais um brutal feminicídio, vários meios de comunicação mexicanos decidiram partilhar várias fotografias do corpo da vítima, o que gerou revolta nas redes sociais e levou a uma campanha no Twitter: #IngridEscamillaChallenge.

Ao publicarem imagens de paisagens, flores, animais, entre outros, milhares de utilizadores conseguiram dificultar a procura nesta rede social pelas terríveis fotografias.

Claudia Sheinbaum, autarca da capital, declarou que os procuradores vão pedir a pena máxima para o companheiro de Escamilla (60 anos de prisão), avança a CNN. A resposta do Governo, por sua vez, foi condenar mais uma vez estes crimes e prometer justiça.

(dr)

Ingrid Escamilla, a jovem mexicana brutalmente assassinada pelo namorado

“É algo que não podemos permitir e que temos de enfrentar com todos os meios, com toda a nossa força e com todas as formas que o Governo dispõe para evitá-lo”, disse o Presidente Andrés Manuel López Obrador.

Questionado sobre o facto de as gráficas imagens do assassinato terem chegado aos media, o chefe de Estado considerou que os responsáveis devem ser responsabilizados. “Este é um crime que tem der ser punido, seja quem for”, atirou.

De acordo com a BBC, a Procuradoria-Geral de Justiça da Cidade do México informou que pelo menos seis pessoas já estão a ser investigadas pelo vazamento das referidas imagens.

Mas as mulheres mexicanas estão fartas de promessas. E querem antes ver ação, sobretudo numa altura em que Alejandro Gertz Manero, atual procurador-geral do México, sugeriu alterar a figura penal do “feminicídio” para “homicídio agravado” para, segundo este responsável, facilitar a sua investigação.

E, por isso, esta manhã, muitas mulheres protestaram em frente ao Palácio Nacional. “Estado feminicida”, “Estão a matar-nos” e “Nem uma a menos” foram algumas das palavras de ordem.

Hoje, no México, celebra-se uma data repleta de clichés, com bares e restaurantes cheios de casais apaixonados, onde os corações, os ramos de flores, os ursos de peluche e as caixas de chocolates imperam. Tudo isto num país em que pelo menos dez mulheres são assassinadas por dia pelos seus companheiros.

FM, ZAP //

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