Uma nova investigação, que analisou imagens de satélite de cidades dos EUA, sugere que a vegetação das áreas urbanas cresce mais cedo na primavera, mas é menos sensível às mudanças de temperatura do que as regiões rurais próximas.
Este é um sintoma da forma como as cidades “prendem o calor”, fenómeno conhecido como “ilha de calor”, explicam os cientistas no novo estudo, cujos resultados foram recentemente publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Para chegar a esta conclusão, a equipa analisou imagens de satélite de 58 cidades norte-americanas entre 2011 e 2014. As imagens permitiram detetar alterações na vegetação, bem como determinar quando é que as plantas começam a crescer na primavera.
Os dados sugerem que o início da primavera chegou, em média, seis dias antes às cidades, quando comparadas com as áreas rurais próximas devido ao efeito “ilha de calor”.
Yuyu Zhou, professor de Ciência Atmosférica no estado norte-americano de Iowa e co-autor do estudo, frisou que poucas investigações estudaram a ligação entre o efeito “ilha de calor” e a fenologia (estudo de fenómenos ou processos biológicos periódicos).
De acordo com o cientista, este tipo de informação será cada vez mais importante à medida que a comunidade científica tenta prever como é que as plantas responderão à mudança, seja esta ambiental ou no meio urbano.
“No futuro, queremos ser mais precisos nos nosso modelos de sistemas terrestres para prever mudanças no nosso ambiente. Ter em conta as interações entre a temperatura e as mudanças fenológicas na vegetação significará uma melhoria nos modelos de previsão”, disse o especialista, citado em comunicado.
“A temperatura é apenas um fator implicado no crescimento da vegetação, mas é claramente um fator importante“, rematou Zhou.