Falar outras línguas torna-nos mais inteligentes

Pedro Ribeiro Simões / Flickr

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Falar uma segunda língua aumenta a inteligência, a fluência verbal e a fluência de leitura, mesmo quando o idioma é aprendido na idade adulta, de acordo com um estudo da Universidade de Edimburgo, na Escócia.

Investigadores liderados por Thomas Bak, do Centre for Cognitive Ageing and Cognitive Epidemiology, compararam testes de inteligência de 262 pessoas. O primeiro teste foi feito quando as pessoas tinham 11 anos de idade, o segundo quando já tinham mais de 70 anos.

O estudo, publicado na revista científica Annals of Neurology, concluiu que o grupo apresentava habilidades cognitivas significativamente melhores do que as registadas na infância.

Tomando como ponto de partida resultados de testes de inteligência feitos em 262 escoceses quando tinham 11 anos de idade, os investigadores submeteram o mesmo grupo, agora com mais de 70 anos de idade, a novos testes, e analisaram o estado de suas habilidades cognitivas na velhice.

Todos os participantes disseram ser capazes de se comunicar em pelo menos uma outra língua além do inglês. Desse grupo, 195 aprenderam a segunda língua antes dos 18 e 65 aprenderam depois dos 18 anos de idade. O estudo foi feito entre 2008 e 2010.

Inteligência e leitura

As áreas mais afetadas pelo aprendizado de uma nova língua é a da inteligência e leitura. As conclusões foram as mesmas tanto no grupo que aprendeu o segundo idioma na infância quanto no que aprendeu mais tarde.

Durante o estudo, uma das questões levantadas foi se as pessoas eram mais inteligentes e por isso aprenderam uma segunda língua ou se, por aprenderem um segundo idioma, tornaram-se mais inteligentes.

Bak disse que o padrão revelado pelo estudo era “significativo” e que as melhorias na atenção, concentração e fluência não podiam ser explicadas pela inteligência original (constatada a partir dos testes feitos na infância). Aprender uma segunda língua torna-nos, portanto, mais inteligentes.

“Esses resultados são de relevância prática considerável. Milhões de pessoas no mundo aprendem uma segunda língua mais tarde na vida. O nosso estudo mostra que ser bilingue, mesmo quando a segunda língua é aprendida na idade adulta, pode ser benéfico para o cérebro em envelhecimento”.

Thomas Bak, no entanto, reconhece que ainda há várias questões por responder, por exemplo, se aprender mais do que uma língua é ainda mais benéfico e se existe grandes diferenças entre falar ativamente a segunda língua ou apenas aprendê-la.

ZAP / BBC

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