A Ucrânia perdeu mais de 11 milhões de habitantes desde o último censo de 2001 devido à imigração, à anexação da Crimeia e à guerra no leste do país.
De acordo com os novos dados oficiais, cerca de 37,3 milhões de pessoas habitavam nos territórios controlados por Kiev, que não incluem a Crimeia nem as zonas controladas pelos separatistas no leste, indicou o ministro sem pasta Dmytro Doubilet.
“Infelizmente, este número não inclui as pessoas que vivem em permanência no estrangeiro e nos territórios ocupados. É o número de pessoas que se encontram fisicamente na Ucrânia”, precisou o governante.
Segundo o relatório agora divulgado, existem 20 milhões de mulheres e cerca de 17 milhões de homens nas áreas abrangidas pelo censo. O último recenseamento oficial foi realizado em 2001 e referia-se a uma população de 48,5 milhões de pessoas que habitavam nesta ex-república soviética.
Para além da perda de diversas regiões, o recuo populacional também se explica pela migração de ucranianos, referiu à agência noticiosa AFP Glib Vychlinsky, diretor do Centro de Estratégia Económica em Kiev. Um estudo deste organismo indica que 6,3 milhões de ucranianos deixaram o país desde 2001, para além de se ter registado uma queda da natalidade, assinalou Vychlinsky.
Os destinos mais procurados pela vaga de emigração foram a Polónia e a Rússia, dois países vizinhos, ainda de acordo com o mesmo estudo.
A Rússia anexou em março de 2014 a península da Crimeia, que contava com cerca de dois milhões de habitantes. Diversas semanas mais tarde iniciava-se o conflito armado com os separatistas pró-russos nas regiões de Donetsk e Lugansk, onde a população total era então calculada em seis milhões de pessoas.
Uma parte destes territórios permanece controlada pelos separatistas, e o conflito armado implicou a deslocação de cerca de 1,5 milhões de pessoas para outras regiões, para além dos ucranianos locais que optaram por sair do país.
// Lusa
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