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Paulo Pedroso deixou o PS

O ex-ministro e antigo porta-voz do PS, Paulo Pedroso, disse esta segunda-feira à agência Lusa que deixou de ser militante do Partido Socialista antes das eleições legislativas de outubro, sem querer avançar as razões da saída.

“Saí do PS há meses, antes das eleições, mas pelos vistos só hoje deram por isso numa leitura mais atenta a um comentário meu sobre sindicalismo”, disse o ministro do Trabalho e da Solidariedade do governo de António Guterres.

Questionado sobre as razões que o levaram a desfiliar-se do PS, Paulo Pedroso foi lacónico, respondendo: “Aconteceu, não tem nenhuma leitura. Um dia falaremos sobre isso“.

A notícia da saída de Paulo Pedroso do Partido Socialista foi avançada esta tarde pelo jornal Expresso, fazendo referência a um comentário que o antigo governante escreveu no domingo na sua página do Facebook sobre a relação do PS com sindicatos.

No texto no Facebook, Pedroso fazia várias críticas ao PS, principalmente na sua relação com os sindicatos, destacando, por exemplo, que “nas últimas eleições, o programa eleitoral do PS em matéria de diálogo social era quase igual ao de qualquer partido democrata-cristão europeu”.

No modelo de partido que está subjacente ao Partido Socialista e no modelo de sindicalismo que esteve subjacente à…

Publicado por Paulo Pedroso em Domingo, 19 de janeiro de 2020

O antigo ministro lembrou ainda que “a escolha das listas de deputados relegou os sindicalistas socialistas para fora do Parlamento”, o que vê como “o corolário lógico de um desvio pro-business que é visível na posição do governo face à legislação laboral e no desequilíbrio dado na atenção a empresas e a trabalhadores”.

Paulo Pedroso escreveu ainda que “o desinteresse do PS pelo sindicalismo que se agravou desde que António Costa é Secretário-Geral e Primeiro-Ministro é motivo para quem não quer a desinstitucionalização das relações laborais pensar que via socialista é esta que a direção do PS de António Costa adotou, mas que ainda está muito a tempo de corrigir, no partido e no governo, embora já não na representatividade parlamentar.”

Na última semana, em declarações à Renascença, o antigo ministro tinha criticado de forma dura o ex-ministro Vieira da Silva e o presidente da câmara municipal de Lisboa, Fernando Medina, no caso da venda de imóveis da Segurança Social à autarquia abaixo dos preços de mercado.

O Expresso avançou ainda que o ex-ministro socialista dos tempos de António Guterres também vai deixar de ser administrador do Banco Mundial. Paulo Pedroso esteve no centro do Processo Casa Pia, mas foi ilibado e o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos condenou o Estado português a pagar-lhe mais de 68 mil euros no âmbito desse processo.

ZAP // Lusa

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