O US Army Combat Capabilities Development Command (CCDC) anunciou, esta semana, que os cientistas do exército norte-americano estão a explorar o potencial cognitivo do cérebro humano para integrá-lo em futura tecnologia militar.
O objetivo não passa apenas por melhorar o quotidiano dos soldados dos Estados Unidos, mas também tem o potencial de salvar vidas. A equipa multidisciplinar de cientistas tem um estudo a aguardar revisão para ser publicado no portal bioRxiv. O projeto, conhecido por RAGNAROC, foi financiado maioritariamente por um fundo da National Science Foundation.
O Defence Blog explica que a inovação passar por um modelo que pode ser usado para gerar previsões de como o cérebro responderá em situações explícitas, tanto no tempo de reação como na precisão.
“Eu percebi que muitos dos problemas em que eu estava interessada eram altamente aplicáveis às tarefas que os soldados enfrentam“, começou por dizer a investigadora Chloe Callahan-Flintoft. O seu trabalho foca-se na atenção visual, procurando criar uma estrutura conceitual para mapear o mecanismo cognitivo do cérebro.
“Os nossos ambientes apresentam ao sistema visual humano uma abundância de informações variáveis. Para atender às restrições de processamento, o cérebro deve selecionar e priorizar algumas informações em detrimento de outras“, salientou Callahan-Flintoft.
“O meu trabalho concentra-se na importância de entender o cérebro humano, os seus mecanismos cognitivos subjacentes e como desenvolver tecnologia em torno do sistema operacional humano”, acrescentou a investigadora. “Os nossos cérebros foram criados para funcionar no ambiente natural. É essencial entender a maquinaria orgânica antes de aplicar os avanços técnicos”.
Desta forma, a equipa deverá conseguir perceber como é que o cérebro humano reage às tecnologias militares com Realidade Aumentada e Realidade Virtual. Perceber isto permite melhorar significativamente a forma como se desenvolvem estes equipamentos.