O projeto de remodelação da Casa de Abrigo de Apoio da Calçada das Lages, em Lisboa, destinado a apoiar população sem-abrigo, foi o mais votado do Orçamento Participativo (OP) Escolar, anunciou o município lisboeta.
Na quarta edição do OP Escolar, o projeto vencedor foi idealizado pela escola EB 2, 3 Patrício Prazeres, da capital, desvendou esta quarta-feira a vereadora Graça Fonseca durante a cerimónia de entrega do prémio, na Câmara de Lisboa.
Após ter sido anunciada a vitória do projeto da escola EB 2, 3 Patrício Prazeres, o aluno Rivaldo Spencer, a frequentar o 8º ano, disse à agência Lusa como surgiu a ideia: “Pensámos remodelar a casa de abrigo porque existem muitos sem-abrigo na rua”.
Para que seja possível a concretização do projeto de remodelação da Casa de Abrigo de Apoio da Calçada das Lages, o município de Lisboa disponibiliza “uma verba de 50 mil euros, à semelhança do ano passado”, referiu a autarca.
Com pelouro na educação, a autarca afirmou que o OP Escolar pretende incutir nos alunos “valores para a participação cívica na sociedade”. Para a vereadora, “é curioso que não são projetos egoístas, mas sim destinados à comunidade. Os alunos têm noção da comunidade que os envolve e das suas necessidades”.
No que diz respeito à concretização dos projetos vencedores nos anos anteriores, uma aluna do primeiro ciclo testemunhou a implementação de equipamentos no recreio da escola que frequenta, a EB Quinta dos Frades, projeto vencedor da segunda edição.
“Antes tínhamos uma caixa de areia, poucas árvores e só podíamos jogar à macaca. Agora temos baloiços e teias de aranha, é mais divertido”, disse a aluna.
Questionada sobre a situação dos projetos vencedores dos anos anteriores, a vereadora Graça Fonseca referiu que “grande parte deles já estão executados”.
Orçamento Participativo Escolar
Ao contrário do que aconteceu o ano passado, em que o projeto vencedor foi eleito por um júri, este ano foram os próprios alunos chamados a votar.
A votação, que se realizou no passado dia 20 de maio, em todas as cinco escolas participantes no OP Escolar’14, permitiu aos alunos exercerem o direito de voto entre os oito projetos a concurso.
Segundo Graça Fonseca, 1.307 alunos votaram “de forma participada e mediante o preenchimento do respectivo boletim de voto, colocado posteriormente em urna”.
O ato de voto é “uma ferramenta poderosa”, sendo necessário “cuidar da democracia para que não se tenha que fazer outra Revolução de Abril”, defendeu a autarca, relembrando que se celebra este ano os 40 anos do 25 de Abril.
“Daqui a uns anos, quando exercerem o vosso direto de voto, a partir dos 18 anos, a escolha depende de vocês”, dirigiu-se aos alunos.
/Lusa