Lidar com o adultério nunca é algo fácil para ninguém. No entanto, um novo estudo sugere que ter a autoestima alta pode reduzir a superar as consequências emocionais da infidelidade de um parceiro.
“Ser traído pode levar a uma má saúde emocional e psicológica, como por exemplo o aumento do stress, ansiedade e sintomas depressivos“, realça Rosie Shrout, autora do estudo que será publicado em fevereiro do próximo ano na revista científica Personality and Individual Differences.
As pessoas lidam de maneiras diferentes com a infidelidade e, por isso mesmo, a investigadora quis saber o que fazia com que pessoas tivessem reações emocionais diferentes umas das outras.
“Sabemos que a autoestima é importante em alturas de stress. As pessoas que normalmente se consideram dignas e se aceitam por quem são também tendem a ver experiências stressantes de maneira mais positiva. Por outro lado, pessoas com baixa autoestima são mais propensas a ver eventos stressantes sob uma luz negativa”, explicou Shrout, citada pelo PsyPost.
De maneira a perceber a influência da autoestima na superação de uma traição, a equipa de Shrout fez um questionário a 232 alunos universitários que foram traídos numa relação nos últimos três meses. Em 15% dos casos, o casal ainda continuava junto apesar da traição de um dos parceiros.
O que a equipa de psicólogos notou foi que, regra geral, quem tinha uma maior autoestima era também quem apresentava menos stress e menos problemas emocionais e mentais após a traição.
“Como prevíamos, a autoestima ajudou a reduzir as consequências negativas da saúde emocional e psicológica após a infidelidade de um parceiro”, concluiu Shrout em declarações ao PsyPost.
Um anterior estudo de Shrout já tinha provado que culpar os parceiros pela infidelidade, responsabilizando-os pelo que aconteceu, era pior para a saúde mental das pessoas. Esta condicionante era mais intensa quando os voluntários tinham uma autoestima mais baixa.
“Embora a infidelidade possa ser uma experiência stressante e prejudicial, independentemente de quem é traído, a maioria dos nossos participantes era jovem. Embora a maioria tenha relacionamentos sérios e comprometidos, o número de problemas de saúde mental e emocional da infidelidade pode ser diferente para aqueles em relacionamentos de longo prazo ou conjugais”, explicou Shrout, assumindo algumas lacunas no seu próprio estudo.