Uma nova evidência de um raio massivo no centro de um círculo de pedra oculto nas Ilhas Hébridas, na Escócia, pode ajudar a explicar porque é que estes monumentos foram construídos há milhares de anos.
O Projeto de Reconstrução Virtual de Callanish, uma empresa conjunta gerida pela Universidade de St Andrews e pela Universidade de Bradford, descobriu que possível vínculo entre os antigos círculos de pedra e as forças da natureza.
Os arqueólogos estudam há muito tempo as conexões entre os antigos círculos de pedra e as forças da natureza, como a posição das estrelas e os cursos da Lua e do Sol, mas esta pode ser a primeira vez que se conclui que um poderoso relâmpago pode ter inspirado a construção de um círculo de pedra.
Enquanto estudava Tursachan Callanish, o principal círculo de pedras pré-históricas em Callanish, na Ilha Hébridas, a equipa do projeto pesquisou locais secundários próximos para revelar evidências de círculos perdidos enterrados sob a turfa.
Um local inspecionado raramente visitado, conhecido como Site XI ou Airigh na Beinne Bige, agora consiste numa única pedra numa encosta exposta com vista para o grande círculo. A geofísica revelou que, não só a pedra fazia parte originalmente de um círculo de pedras estacionárias, mas também que havia uma anomalia magnética maciça em forma de estrela no centro – ou o resultado de um único raio grande ou muitos mais pequenos no mesmo ponto.
O líder do projeto, Richard Bates, da Faculdade de Ciências da Terra e do Ambiente da Universidade de St. Andrews, disse, em comunicado, que “tais evidências claras de relâmpagos é extremamente raro no Reino Unido e é improvável que a associação com o círculo de pedras seja uma coincidência“.
“Não é claro se o raio no Site XI impactou uma árvore ou uma rocha que já não está lá ou se o próprio monumento atraiu os impactos. No entanto, as evidências notáveis sugerem que as forças da natureza poderiam estar intimamente relacionadas com a vida quotidiana e com as crenças das primeiras comunidades agrícolas da ilha”, disse o autor do estudo publicado em novembro na revista científica Remote Sensing.
Atualmente, as pedras estão planas ou foram enterradas sob turfa que consumiu lentamente o local ao longo de milhares de anos.
Os investigadores esperam realizar mais investigações geofísicas no local para entender melhor a relação entre fenómenos naturais e os incríveis esforços de engenharia neolítica.