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México concede asilo a Morales. Ex-Presidente da Bolívia promete regressar “com mais força”

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Alain Bachellier / Flickr

Evo Morales, ex-presidente da Bolívia

O ex-Presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou na segunda-feira que está de partida para o México, país que lhe concedeu asilo político, mas prometeu regressar brevemente “com mais força e energia”, um dia depois de ter renunciado.

“Irmãs e irmãos, parto para o México, agradecido pela abertura do Governo deste povo irmão que nos deu asilo. Dói-me abandonar o país por razões políticas, mas estarei sempre vigilante”, anunciou Morales, na rede social Twitter. “Em breve voltarei com mais força e energia”, acrescentou.

Para além da mensagem de despedida, Evo Morales publicou também uma fotografia sua, a dormir no chão, debaixo de uma tenda improvisada com um lençol. “Assim foi a minha primeira noite depois de deixar a presidência”, escreveu.

Evo Morales renunciou ao cargo no domingo, após quase 14 anos no poder, numa declaração transmitida pela televisão do país. Morales demitiu-se depois de os chefes das Forças Armadas e da polícia da Bolívia terem exigido que abandonasse o cargo para que a estabilidade e a paz possam regressar ao país.

A Assembleia Legislativa da Bolívia recebeu na segunda-feira a carta de renúncia de Evo Morales, em que o Presidente diz esperar que o seu gesto evite mais violência e permita “paz social” no país que governou durante 13 anos.

Além de Evo Morales e do seu vice, renunciaram igualmente a presidente do Senado, Adriana Salvatierra, e o presidente da Câmara dos Deputados, Víctor Borda. Já a presidente do Supremo Tribunal Eleitoral, María Eugenia Choque Quispe, que tinha renunciado ao cargo de manhã, foi detida pela polícia após a renúncia de Evo Morales.

O ministro da Defesa da Bolívia, Javier Eduardo Zavaleta López, anunciou também esta terça-feira a sua renúncia ao cargo. Zavaleta López disse que a sua vontade “sempre foi de preservar o caráter institucional das forças armadas ao serviço da população” e não contra esta.

“Nunca ordenámos aos nossos soldados e marinheiros que manejassem uma arma contra o seu povo e nunca o faríamos”, disse Zavaleta, décimo terceiro ministro a deixar o cargo após a renúncia de Evo Morales. “O Estado que construímos é uma Bolívia onde os militares deveriam encarar a defesa da sua pátria ao lado do seu povo e não contra ele; portanto, a responsabilidade de voltar as armas contra o povo será daqueles que tomaram esta decisão”, disse Zavaleta ao explicar as razões de sua demissão, numa carta datada de segunda-feira.

“Senhor Carlos Mesa (ex-presidente e principal oponente de Evo Morales nas eleições), senhor Fernando Camacho (líder de um comité cívico, a quem Morales acusa de orquestrar o golpe para tirá-lo do poder), uma questão política não é resolvida aumentando a calibre de repressão contra os seus compatriotas, as balas não são a resposta ou a solução “, acrescentou no texto. “Política são ideias contra ideias e não o zumbido de balas”, concluiu.

Violência com autocarros incendiados e ataques a lojas

A Bolívia sofre uma grave crise desde a proclamação de Evo Morales como Presidente para um quarto mandato consecutivo nas eleições de 20 de outubro, uma vez que a oposição e os movimentos da sociedade civil alegam que houve fraude eleitoral. Os confrontos entre apoiantes e opositores do Presidente desde o dia seguinte às eleições causaram pelo menos três mortos e 384 feridos, segundo dados da Provedoria da Bolívia.

Mais de 60 autocarros foram vandalizados em La Paz na noite passada, após a demissão do Presidente Evo Morales, havendo também registo de ataques a lojas e a habitações, disse o presidente da câmara da capital da Bolívia.

“La Paz viveu uma noite de terror protagonizada por delinquentes, dirigentes e militantes que destruíram bens que pertencem a todos”, lamentou esta segunda-feira Luis Revilla, opositor de Evo Morales.

A autarquia de La Paz anunciou que, pelo menos, 64 autocarros municipais sofreram danos, cerca de um terço da frota, depois de ter sido lançado fogo às garagens onde as viaturas estavam estacionadas. Registaram-se igualmente ataques a estabelecimentos comerciais e habitações na zona sul da cidade.

O Hospital de La Portada, um dos mais modernos da cidade, também foi atacado, com os manifestantes a lançarem pedras. O teleférico, um dos principais meios de transporte em La Paz, teve de parar devido aos distúrbios. O presidente da Câmara de La Paz pediu “calma à população” e que colabore com a polícia.

Estabelecimentos comerciais, esquadras de polícia e algumas fábricas também foram atacados em El Alto, a segunda maior cidade da Bolívia e um dos bastiões políticos de Evo Morales. A polícia já assegurou que irá retomar o controlo das ruas das cidades mais afetadas pela violência.

 

ZAP // Lusa

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4 Comments

    • Já começaram os conspiranoicos. Só vem USA por todo o lado. O povo boliviano deu-nos uma grande lição de democracia. Mas os incautos não sabem disso. Preferem sempre dar os louros aos americanos. E então , vamos falar de que a constituição boliviana não permitia a sua reeleição? De que ele fez um referendo para alterar a constituição, e o povo não deixou? Contudo, ele fez vista grossa e voltou-se a candidatar. Ou vamos falar da fraude eleitoral, comprovada dela OEA?

      • Sossega a franga rapazinho. Os bolivianos são americanos sabias? És judeu e sionista para andares com as conspirações na boca? Sabias que a Bolívia és dos bolivianos e a iancada deve ser toda ela atirada de lá para fora porque por onde passa mata tudo? Sabes que pareces um lacaio dos ianques?

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