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Internistas do Garcia da Orta recusam-se a fazer horas extra

Hipersyl / Wikimedia

Hospital Garcia de Orta

Todos os especialistas de Medicina Interna do Hospital Garcia de Orta (HGO) recusaram-se a fazer mais horas extraordinárias, pondo em risco a urgência do hospital de Almada.

Cerca de 20 médicos internistas entregaram, na passada quinta-feira, uma declaração de indisponibilidade para fazer horas suplementares às previstas no seu contrato de trabalho.

Fontes hospitalares adiantaram ao Observador que os internistas do Garcia de Orta estão a fazer “no mínimo 440 horas extraordinárias por ano“, o que ultrapassa o limite anual de horas extraordinárias — 150 horas — e põe em causa a segurança dos doentes.

Um médico com contrato de 40 horas semanas, tem de dedicar 12 horas ao serviço de urgência. Todas as horas além destas 12 horas, são consideradas horas extraordinárias. O serviço de urgência é habitualmente o serviço onde os especialistas fazem mais horas suplementares.

O facto de os especialistas de Medicina Interna se recusarem a fazer horas extras põe em risco o serviço de Urgência do Garcia de Orta, uma vez que não existem internistas suficientes para completar a escala da urgência. As escalas estão dependentes das horas extraordinárias destes médicos.

Além das horas extras, são-lhe atribuídas responsabilidades que os internistas entendem que não deveriam ter. Assim, os especialistas acabam por ter de tomar decisões clínicas que não lhes cabem e para as quais entendem que não têm competências.

Na terça-feira, os chefes de equipa de Urgência Geral e especialistas em Medicina Interna do hospital Garcia de Orta enviaram uma carta a pedir ajuda à Ordem dos Médicos. Os especialistas pedem a emissão de um parecer e mediação para melhorar a prestação de cuidados em contexto de urgência.

Esta carta surge numa altura em que a urgência pediátrica deste hospital de Almada já esteve encerrada quatro vezes devido à falta de pediatras para garantir as escalas.

ZAP //

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