O maior inimigo das baterias é o calor. As baterias de iões de lítio são suscetíveis a acidentes, como incêndios ou até explosões, uma vez que são construídas com combustíveis e materiais inflamáveis. Recentemente, investigadores do Johns Hopkins Applied Physics Laboratory corrigiram o risco de segurança mais significativo da fonte de energia: a combustibilidade.
Reduzir a inflamabilidade de certos dispositivos, como baterias, era um objetivo do grupo de investigadores do Johns Hopkins Applied Physics Laboratory, nos Estados Unidos. Com a cada vez mais crescente procura por armazenamento de energia, os avanços de segurança marcam um passo significativo na transformação da forma como as baterias de iões de lítio são fabricadas e implementadas em dispositivos eletrónicos.
Centrados neste objetivo, os cientistas desenvolveram uma bateria de iões de lítio flexível, capaz de suportar condições extremas – incluindo submersão, corte e até impacto balístico simulado, avança o Tech Explorist.
Os cientistas criaram uma nova classe de eletrólitos water-in-salt e water-in-bisalt – WiS e WiBS, respetivamente – que, quando incorporados numa matiz polimérica, reduzem a atividade da água e elevam os recursos de energia da bateria e o ciclo de vida, eliminando os solventes inflamáveis, tóxicos e altamente reativos presentes nas baterias de lítio atuais.
Konstantinos Gerasopoulos, investigador do APL, explicou que as baterias de iões de lítio são “uma presença constante nas nossas vidas”, pelo que é fundamental “continuar a melhorar a sua segurança”, em prol do avanço da tecnologia de armazenamento de energia.
Desde o início da sua comercialização, no início dos anos 90, os componentes das baterias de lítio não mudaram muito, uma vez que continua a ser usado o mesmo tipo de célula cilíndrica ou prismática.
“Os esforços de nossa equipa concentraram-se na substituição do líquido inflamável por um polímero que melhora a segurança e o fator da forma. Estamos empolgados com o resultado. O nosso estudo revela a usabilidade e o desempenho aprimorados das baterias de lítio flexíveis à base de água que podem ser construídas e operadas ao ar livre”, referiu.
“A primeira geração de baterias flexíveis não era tão dimensionalmente estável quanto as que estamos a fabricar atualmente”, rematou o investigador. O artigo científico foi publicado recentemente na Chemical Communications.