Apesar de estar ausente, Boris Johnson vai estar no centro do congresso do Partido Democrata Unionista (DUP) da Irlanda do Norte que se realiza este fim de semana em Belfast, onde o Brexit vai dominar as discussões.
No ano passado, o discurso do atual primeiro-ministro recebeu uma ovação por criticar o acordo negociado por Theresa May para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). “Devo dizer que nenhum governo conservador britânico poderia ou deveria assinar um acordo desse tipo”, disse na altura, arrancando aplausos dos militantes unionistas.
Mas, nas últimas semanas, os aliados históricos incompatibilizaram-se devido ao acordo para o Brexit negociado por Boris Johnson com a UE, e o partido Conservador não vai estar representado no congresso.
“O primeiro-ministro perdeu o meu respeito. Em vez de assumir a sua decisão de ceder na questão da Irlanda do Norte para concluir o seu acordo à pressa, está sugerindo que nenhum de nós consegue ler os detalhes”, acusou o deputado Sammy Wilson na terça-feira.
O DUP votou contra o acordo do Brexit e contra o calendário para ratificá-lo no parlamento, o que resultou num novo adiamento do processo, devido às barreiras na circulação de mercadorias entre a Irlanda do Norte com o resto Reino Unido.
Este modelo é uma consequência da solução pelo governo britânico encontrada para impedir uma fronteira física com a República da Irlanda para respeitar ao mesmo tempo os acordos de paz de 1998 e também a integridade do mercado único europeu.
O partido opõe-se também ao mecanismo de consentimento político previsto, que daria à Assembleia da Irlanda do Norte o poder de decisão sobre se o território deveria continuar alinhado com as regras aduaneiras da UE. Isto porque a decisão seria tomada por maioria simples, removendo o poder de veto ao DUP, pois os partidos pró-europeus têm uma maioria em Stormont.
A líder do DUP, Arlene Foster, e o líder parlamentar, Nigel Dodds, são os principais oradores do congresso, que deverá atrair cerca de 400 militantes no sábado e domingo. O futuro da autonomia política da Irlanda do Norte também deverá ser abordado.
Divergências com o rival Sinn Féin continuam a impedir a formação de um governo regional e os trabalhos normais da assembleia. Na semana passada, o partido ultra-conservador participou numa sessão extraordinária para tentar bloquear legislação que legalizou o aborto e o casamento homossexual na Irlanda do Norte.
Ter um primeiro-ministro como esse peruca loira faz-me duvidar imenso sobre a sanidade mental dos ingleses.