Sterling tem um ídolo: Adel Taraabt. Quem o garante é o jogador do SL Benfica, em entrevista à FourFourTwo. O médio marroquino brilhou na passagem pela Premier League, ao serviço do QPR.
Adel Taraabt será sempre uma promessa que acabou por não conseguir vingar (ou pelo menos chegar ao seu potencial máximo). Formado em França, no Lens, acabaria por entrar no futebol inglês pela porta do Tottenham, onde acabou por nunca ter muitas oportunidades.
Mais tarde, viria a ser emprestado ao QPR, que na altura teve um investimento com uma ‘costela’ portuguesa. Tony Fernandes, empresário malaio de ascendência lusa, dono da AirAsia, tornou-se sócio maioritário do clube londrino. Foi lá que Taraabt se mostrou ao mundo, marcando 19 golos na temporada de 2010/11.
Contudo, o marroquino entrou numa espiral descendente e foi perdendo lume. Seguiram-se empréstimos ao Fulham e ao Milan, mas sem grande sucesso. Em 2015, surpreendeu ao transferir-se para o Benfica, numa época em que apenas jogou na equipa B.
Voltaram-se a seguir empréstimos ao Génova e, finalmente, fez a sua estreia na equipa principal na temporada passada. Esta temporada tem sido opção regular de Bruno Lage, recuperando uma parte da forma de outrora.
Quem ficou encantado com o seu talento demonstrado em Inglaterra foi Raheem Sterling, uma das estrelas do Manchester City de Pep Guardiola.
“Ele mandou-me uma mensagem há uns meses. Ouvi uma entrevista em que ele disse que eu era o ídolo dele. Hoje em dia os ídolos são Cristiano Ronaldo ou Lionel Messi, mas quando ele era jovem, ele via-me a mim”, disse, citado pelo Tribuna Expresso.
O jogador recordou a sua época de estreia em Inglaterra, com o Tottenham, confessando que devia ter sido mais paciente.
“Quando tens 17 anos e estás no balneário com Edgar Davids, Dimitar Berbatov e Robbie Keane, não é fácil. Agora já têm uma boa mistura entre experiência e juventude talentosa e Pochettino é treinador há quatro ou cinco anos, o que dá estabilidade. Quando cheguei lá, a cada seis meses era um novo treinador“, explicou.
O marroquino não o mencionou, mas partilhou balneário com o português Ricardo Rocha, que tinha acabado de chegar do Benfica, ficando depois três épocas em Londres.
“Dava-me tudo o que queria”
Em 2008/09, na sua primeira época emprestado ao QPR, Taraabt recorda o seu treinador, o português Paulo Sousa, que viria a ser substituído mais tarde por Neil Warnock, que acabou por não ser benéfico para a sua carreira.
“Deram-me muita confiança, logo no primeiro ano, gostei muito. O Paulo Sousa era o treinador e jogávamos um bom futebol. No ano seguinte chegou o Neil Warnock e ele era muito bom para mim, mas às vezes isso não ajudava a minha carreira. Deu-me tanta liberdade. Tinha 19 ou 20 anos e ele nomeou-me capitão. Dava-me o que eu queria. Às vezes dizia-me para ter dois ou três dias de folga e ir para casa. Ele dizia: ‘Não quero ver-te, só precisas de ganhar os jogos por mim'”, contou.
Ainda na Championship, o clube não tinha grandes nomes. Entre os seus colegas de equipa destacam-se Dani Parejo, atualmente no Valência e ainda o quase desconhecido Ákos Buzsáky, que chegou a jogar na Académica e na equipa B do FC Porto. Nas próximas temporadas, viria a jogar ainda com os portugueses José Bosingwa e Bruno Andrade.
Isto de ser uma promessa aos 30…