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É o tudo ou nada. Boris Johnson vai apresentar “proposta final” para o Brexit

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Neil Hall / EPA

Boris Johnson vai apresentar uma proposta final à União Europeia para o Brexit e vai ser apresentado como uma espécie de ultimato.

O primeiro ministro britânico vai apresentar aquilo que considera ser um “compromisso justo e razoável” do Reino Unido para lidar com as exigências da UE. À BBC, Boris Johnson assegurou que o Governo britânico tem para apresentar à União Europeia um conjunto de “propostas muito construtivas e de longo alcance” para romper o impasse do Brexit.

Uma das principais novidades do documento que terá sido já enviado a Bruxelas e a vários países da União Europeia é a criação de uma segunda fronteira entre Irlandas, ainda que transitória, até 2025, segundo o jornal britânico The Telegraph.

A fronteira entre as Irlandas é um dos principais obstáculos ao acordo entre Reino Unido e União Europeia. A Irlanda do Norte faz parte do Reino Unido que está de saída, ao contrário da República da Irlanda que vai ficar na UE. Há o receio de uma fronteira a sério entre Irlandas passa trazer ao de cima os fantasmas do conflito entre católicos e protestantes.

A proposta do Reino Unido reconhece que a Irlanda do Norte deverá ter uma “relação especial com a Europa” – e com a República da Irlanda – pelo menos até 2025 e vai aceitar a necessidade “de uma fronteira reguladora entre o Reino Unido e a Irlanda do Norte, no Mar do Norte”, que facilite a ligação da Irlanda do Norte à República da Irlanda.

No entanto, existirão “postos de controlo aduaneiro entre o Ulster [região que divide Irlanda e Irlanda do Norte] e a República da Irlanda”. A Irlanda do Norte “continuaria em grande parte no mercado único da UE até pelo menos 2025 — mas deixaria de beneficiar da união aduaneira com a UE tal como o resto do Reino Unido”.

Boris Jonhson quer abandonar a União Europeia, mas manter também um acordo de livre comércio até se chegar a outro acordo. Além disto, propõe que a Irlanda do Norte permaneça no mercado único da UE para a livre circulação de bens industriais e agrícolas — para evitar tensões e diferença de tratamento com a República da Irlanda.

Já os produtos com origem no Reino Unido e destinados à Irlanda Norte serão alvo de controlo, através de uma fronteira aduaneira “high-tech” com o país vizinho. Ao fim de quatro anos, a Irlanda do Norte pode escolher se quer ficar dentro das regras da UE e da Irlanda vizinha ou se prefere alinhar-se com o restante Reino Unido.

À BBC, Johnson, disse que os controlos alfandegários seriam “absolutamente mínimos” e sem que envolvam “nova infraestrutura”.

Os governos das principais capitais europeias já terão sido informados dos detalhes da proposta “final” do Reino Unido para o Brexit e antecipa-se resistência ao plano. Sem acordo, o Reino Unido sairá da UE no final do mês – a 31 de outubro.

Boris Johnson tenciona ser tão firme no ultimato à UE que um dos seus principais conselheiros de estratégia, Dominic Cummings, terá avisado nos bastidores que “não vamos ficar à espera que negoceiem connosco [desta vez]. Se rejeitarem a nossa oferta, acabou-se”.

ZAP //

 

 

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