Uma nova investigação, levada a cabo por dois cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, sugere que a tão procurada vida extraterrestre pode estar escondida no satélite natural da Terra, a Lua.
Segundo Abraham Loeb e Manasvi Lingam, os cientistas que defendem esta nova hipótese, as condições geológicas e atmosféricas da Lua podem proporcionar a oportunidade de descobrir vestígios de vida alienígena.
Os especialistas, citados pelo portal Futurism, sustentam que, como não há atmosfera neste satélite natural, os objetos espaciais poderiam conseguir chegar à sua superfície. Além disso, continuam, a Lua é geologicamente inativa, ou seja, todo o que pousou na Lua nos últimos milhões de anos continua lá, perfeitamente preservado.
“Servindo como uma caixa de correio natural, a superfície lunar recolheu todos os objetos impactantes nos últimos milhões de anos. Sem verificar a nossa caixa de correio, nunca saberem que mensagens chegaram [até lá]”, escreveu Loeb, que é também professor de Astronomia na universidade norte-americana.
Tendo em conta esta capacidade de preservação, Loeb compara, num artigo publicado na Scientific American a Lua a uma espécie de “rede de pesca” para a vida extraterrestre.
A maioria dos objetos que atingiram a superfície lunar é oriunda do Sistema Solar, mas a descoberta de Oumuamua, o primeiro objeto interestelar conhecido, pode sugerir que uma investigação minuciosa à Lua pode trazer novas descobertas.
De acordo com o professor Loeb, que cita medições atuais, a superfície lunar pode conter até 30 partes de objetos interestelares a cada milhão de materiais superficiais.
“No caso de alguns impactadores interestelares tenham carregado blocos de vida extraterrestre, seria possível extrair bio-marcadores com análise das amostras da superfície lunar. A questão fundamental é se a vida distante se assemelha às estruturas bioquímicas que encontramos na Terra”.
“As semelhanças podem implicar que existe um caminho químico único para a vida em todos os lugares ou que a vida foi transferida entre sistemas“, explicou.
Loeb frisa ainda que o seu estudo com Lingam fornece um novo incentivo para a criação de uma base lunar. Recentemente, recorde-se, a NASA anunciou que vai voltar a enviar astronautas para a lua até 2024. A agência espacial norte-americana também espera estabelecer uma presença sustentável na Lua até 2028 para enviar missões a Marte.
ZAP // SputnikNews
A Lua é geologicamente inactiva mas não tem nenhuma defesa contra o bombardeamento sistemático da radiação interestelar e principalmente solar. Qual o efeito dessas radiações sobre os resíduos biológicos que podem ter chegado à superfície lunar?
Reservas subterrâneas de elementos químicos foram ejetadas com os impactos. No entanto, uma mistura de blocos para construção da vida ficou armazenada no subterrâneo lunar. Sem esquecer que as zonas “Terminator” podem fornecer condições para vida, conforme apontado em um recente estudo sobre exoluas.
Será que procuramos vida para além deste planeta de forma correta? sabemos o que procuramos?