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Portugueses criam nanomateriais feitos de algas para despoluir água

De algas abundantes no litoral de Portugal, investigadores da Universidade de Aveiro extraíram biopolímeros capazes de remover alguns poluentes da água, como antibióticos ou herbicidas.

Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) demonstrou que nanomateriais preparados a partir de biopolímeros extraídos de algas têm a capacidade de remover alguns poluentes da água.

Segundo a equipa de investigação, os biopolímeros extraídos de fontes naturais, como é o caso das algas abundantes no litoral nacional, podem ser “enormes aliados” na remoção de poluentes da água difíceis de eliminar nas estações de tratamento, como antibióticos e outros fármacos, herbicidas e ainda corantes orgânicos utilizados pela indústria.

“O segredo destes adsorventes está no seu pequeníssimo tamanho, inferior a 100 nanómetros, que possibilita uma elevada área de contacto com a água, combinado com os polissacarídeos presentes na sua composição e que são provenientes das algas”, descreve uma nota de imprensa da UA sobre o trabalho científico.

A equipa de investigadores do Departamento de Química da UA e do CICECO — Instituto de Materiais de Aveiro, uma das unidades de investigação da Academia de Aveiro, desenvolveu e patenteou nano-adsorventes magnéticos que, além dos polissacarídeos, são constituídos ainda por um miolo de óxido de ferro (magnetite) que lhes confere características magnéticas e por sílica, com o papel de ligar entre si os ingredientes e de tornar os materiais insolúveis na água.

Entre os vários poluentes estudados, está o ciprofloxacina, antibiótico utilizado no tratamento de várias infeções, que pode ser encontrado nas águas residuais, devido à inadequada eliminação de medicamentos não usados ou à metabolização incompleta deste medicamento em humanos.

“Os nano-adsorventes sintetizados apresentam uma eficácia de remoção entre 30 a 90 por cento desse antibiótico, sendo possível remover até 1350 miligramas de ciprofloxacina usando um grama de adsorvente”, explicam os investigadores.

Os adsorventes podem ser regenerados e reutilizados, o que representa uma vantagem económica acrescida e, de acordo com fonte académica, “algumas empresas já mostraram interesse e estão a testar estes materiais na remoção de diferentes contaminantes”.

// Lusa

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