Mais de metade dos 150 tigres resgatados há três anos num templo budista em Kanchanaburi, no oeste da Tailândia, morreram, segundo os media locais.
Em causa estiveram problemas relacionados com a consanguinidade, uma vez que foram reproduzidos todos apenas a partir de seis exemplares. “Quando os retirámos do templo budista apercebemo-nos de que o seu sistema imunitário estava muito em baixo devido às consanguinidade”, afirmou esta segunda-feira Prakit Wongsriwathanakul, sub-diretor do Departamento de Parques Naturais e Conservação de Fauna e Flora da Tailândia.
“A maioria dos tigres já estava em estado de ansiedade devido à transferência e à mudança de local. Depois disso, surgiram os problemas de saúde”, disse Sunthorn Chaiwattana, outro membro do departamento. Segundo o jornal britânico The Guardian, “muitos [dos animais] sofreram de paralisia da língua, problemas respiratórios e falta de apetite que levaram a convulsões fatais“.
Os veterinários sublinham também que os animais foram vítimas de maus-tratos no templo em Kanchanaburi, tendo sido por várias vezes sedados quando estavam em contacto com os turistas.
O templo que se transformou em 1999 numa atração turística foi encerrado há três anos após denúncias de várias organizações de defesa dos animais. Na altura, os animais foram transferidos para os santuários de animais Khao Prathap Chang e de Khao Son, onde 86 acabaram por falecer nos últimos quatro anos.
Em 2016, quando foi o encerrado o templo budista dos tigres em Kanchanaburi, as autoridades abriram um inquérito, tendo cinco monges sido acusados de tráfico de animais.
Na China e no Vietname, os restos mortais dos tigres podem alcançar preços elevados, uma vez que muitas pessoas acreditam que possuem propriedades medicinais.
Desde 2001 que se trava uma batalha contra os monges para confiscar os animais, depois das várias denúncias de tráfico de animais selvagens e de maus tratos. Os monges não podem comentar o caso mas desde sempre têm negado que tenham cometido qualquer crime.