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Prémios IgNobel: uma máquina para mudar fraldas e uma pizza anticancro

Os vencedores da 29.ª edição dos prémios IgNobel foram anunciados na quinta-feira, na Universidade de Harvard, no Estado norte-americano do Massachusetts.

Os prémios IgNobel – uma paródia dos prémios atribuídos pelas academias suecas e norueguesa – foram criados para premiar invenções incomuns. A edição de 2019 encheu-se de repletas de imaginação: do investigador que tentou provar que a pizza ajuda a evitar o cancro, ao engenheiro que criou uma máquina para ajudar a mudar fraldas.

A cerimónia deste ano aconteceu na quinta-feira, na Universidade de Harvard e contou com a presença de vários prémios Nobel (verdadeiros) para entregar as estatuetas: Eric Maskin (prémio Nobel da Economia em 2007), Rich Roberts (prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina em 1993), Marty Chalfie (Nobel da Química em 2008) e Jerome Friedman (Nobel da Física em 1990, adianta o Público.

Um dos vencedores deste ano foi Silvano Gallus, investigador do departamento de epidemiologia do Instituto Mario Negri para a Investigação Farmacológica, em Milão. O investigador recebeu o IgNobel pelos seus três trabalhos de investigação sobre os efeitos da pizza na proteção contra doenças como o cancro.

“Provou-se que alguns dos ingredientes da pizza têm uma influência favorável no risco de doenças cardiovasculares. No entanto, não há uma explicação única para estas descobertas”, lê-se na conclusão do estudo Pizza e risco de enfarte agudo do miocárdio, publicado na Nature.

“Honra-me receber este prémio bizarro, ainda que importante. Na verdade, os resultados são muito relevantes, desde que exista uma interpretação correta: a pizza na Itália pode representar um indicador geral da dieta do país, que, como outras dietas mediterrâneas, já mostrou ter benefícios para a saúde”, defendeu o investigador, cuja investigação lhe valeu o IgNobel da Medicina.

O de Anatomia foi entregue a dois investigadores franceses, Roger Mieusset e Bourras Bengoudifa, que mediram a temperatura dos escrotos de vários carteiros e condutores de autocarros franceses para perceber se o lado esquerdo era mais quente do que o direito – tal como sugeriam as investigações anteriores.

Se está curioso com a conclusão, saiba que é verdade: a diferença entre o lado esquerdo e direito existe. O estudo foi publicado na Human Reproduction.

Outro dos prémios, desta vez da área da engenharia, foi atribuído ao engenheiro iraniano, Iman Farahbakhsh, que inventou uma máquina de mudar fraldas a “crianças humanas” e já tem patente norte-americana.  O aparelho, do qual se conhecem apenas desenhos técnicos, tem uma câmara principal, uma janela de vidro, assento, suporte para as pernas, cinto de segurança, um braço para remover fraldas, um aspersor e um secador.

O prémio IgNobel da Paz foi para um conjunto de investigadores do Reino Unido, Arábia Saudita, Singapura e Estados Unidos. Ghada A. bin Saif, Alexandru Papoiu, Liliana Banari, Francis McGlone, Shawn G. Kwatra, Yiong-Huak Chan e Gil Yosipovitch uniram esforços para tentar medir o prazer sentido ao coçar.

Os cientistas descobriram que é mais prazeroso coçar um tornozelo ou as costas do que o antebraço e que a comichão sentida no tornozelo é mais forte do que a dos outros dois locais.

O prémio da Economia foi para investigadores de um centro de doenças infecciosas de uma universidade holandesa que responde à pergunta “Qual o papel de moeda mais sujo?”. As notas romenas foram consideradas as que têm mais bactérias.

Todos os vencedores que aceitaram estar presentes na cerimónia pagaram as próprias viagens. O prémio, esse, foi uma nota de dez biliões de dólares do Zimbabwe: uma moeda sem valor monetário.

ZAP //

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