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Oposição a Putin ganha quase metade dos lugares nas eleições em Moscovo

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Vladimir Varfolomeev / Flickr

Alexei Navalny numa marcha de apoio a presos políticos

A oposição ao Presidente russo conquistou quase metade dos lugares em disputa nas eleições locais em Moscovo, um resultado contrariado no resto do país, segundo dados preliminares da votação de domingo avançados esta segunda-feira pela agência de notícias Interfax.

O “voto inteligente”, a estratégia elaborada pelo líder da oposição extraparlamentar, Alexei Navalny, para enfrentar o partido do poder, Rússia Unida, nas eleições russas no domingo, terá surtido efeito em Moscovo, com a oposição a conquistar 21 dos 45 lugares em disputa.

É um resultado fantástico da votação inteligente. Lutámos por isto, juntos. Obrigado a todos pela vossa contribuição”, escreveu Navalny na sua conta do Twitter.

Segundo a agência de notícias Interfax, depois de terem sido contados 99,47% dos boletins das comissões eleitorais, “20 candidatos nomeados e apoiados pelos partidos da oposição fazem parte da Duma (parlamento) da cidade de Moscovo”.

Segundo o Expresso, o Partido Comunista conquistou 14 assentos e o partido de centro-esquerda Rússia Justa conseguiu quatro. O pequeno partido liberal Yabloko conquistou três assentos.

Para aqueles lugares, foram a votos 225 candidatos de nove partidos, numas eleições locais e regionais cuja participação foi de 21,63%, um pouco mais elevada do que em 2014.

Embora se tenham realizado mais de cinco mil eleições de diferentes níveis por toda a Rússia, toda a atenção estava focada em Moscovo, onde a decisão da comissão eleitoral de não registar quase todos os candidatos da oposição causou neste verão os maiores protestos na Rússia desde 2012. Somente o liberal Sergey Mitrojin, do partido Yábloko, conseguiu registar-se, depois de recorrer junto do tribunal.

As manifestações, a maioria não autorizadas, foram reprimidas pela polícia e resultaram na prisão de cerca de três mil pessoas. Além das detenções, foram realizadas revistas nas casas e locais de trabalho de vários manifestantes, destacando-se o caso de um casal que ficou em risco de perder o filho menor por o ter levado para um dos protestos.

Perante a impossibilidade de participar nestas eleições, a oposição optou pelo “voto inteligente” contra a Rússia Unida. A estratégia, delineada por Alexéi Navalny, passou por recomendar aos eleitores, através de uma página na Internet, o voto no candidato que mais facilmente pode derrotar o representante da formação política no poder.

Nestas eleições, os representantes do Rússia Unida candidatam-se a título pessoal, numa escolha que foi vista como uma forma de contornar a queda de popularidade do Rússia Unida, de Vladimir Putin.

No resto do país, contudo, o “voto inteligente” não teve o mesmo resultado, já que a Rússia Unida conquistou maiorias em onze parlamentos locais, segundo o secretário do conselho geral do partido, Andréi Turchak.

Todos os atuais e atuais governadores conseguiram manter suas posições, a maioria associada ao Kremlin. Em São Petersburgo, Alexander Beglov, aliado de Putin, obteve 64,68% dos votos, depois de contados 93,18% dos boletins.

ZAP // Lusa

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