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ADN de civilização antiga revela novos dados sobre ascendência dos habitantes da Ásia Meridional

O ADN dos restos mortais de um indivíduo da Civilização do Vale do Indo revelou novos dados sobre a ascendência dos asiáticos modernos da Ásia Meridional.

Quando caçadores-coletores se decidiram estabelecer no Vale do Indo — onde hoje estão partes do Afeganistão, do Paquistão e da Índia — como agricultores, originaram uma das primeiras sociedades urbanas do nosso mundo: a Civilização do Vale do Indo, que atingiu o seu pico entre 2.600 e 1.900 a.C.

Mas o que é que levou estas pessoas a mudarem drasticamente os seus hábitos? Uma teoria é que a agricultura chegou à Ásia Meridional através do movimento em grande escala dos agricultores iranianos.

Segundo o Science Alert, sugestões desta ascendência iraniana nos asiáticos desta parte do continente levaram os investigadores a suspeitar que, quando estes iranianos migraram do Crescente Fértil no Médio Oriente (onde foram encontradas as primeiras evidências da agricultura), levaram consigo o seu novo estilo de vida agrícola.

Pela primeira vez, uma equipa de cientistas conseguiu sequenciar o genoma de uma pessoa que estava enterrada num antigo cemitério desta civilização em Rakhigarhi, na Índia. Os resultados foram agora publicados na revista científica Cell.

A análise mostrou que os genes associados à ascendência iraniana vieram antes da época em que agricultores e caçadores-coletores dessa área se separaram uns dos outros. Ou seja, os ancestrais iranianos desta pessoa foram-se embora antes de a agricultura se ter espalhado pelo Irão.

“O nosso estudo mostra que a agricultura surgiu na Ásia Meridional ou através de invenção local, ou de adoção de ideias dos seus vizinhos ocidentais, ou alguma combinação entre ambas”, explica o geneticista David Reich, da Universidade de Harvard, nos EUA.

Ao comparar este genoma com os de outro estudo, publicado na revista Science, a equipa também teve algumas luzes sobre o comércio e os movimentos entre essas civilizações antigas. Onze indivíduos de Gonur, no Turquemenistão, e Shahr-i-Sokhta, no Irão, pertenciam ao mesmo grupo genético que o indivíduo da Ásia Meridional.

“Isto sugere que esses onze indivíduos eram migrantes ou descendentes recentes da Civilização do Vale do Indo”, declara Reich, apoiado pelas conexões culturais verificadas nos dois locais.

“Este indivíduo agora analisado fazia parte de uma população que é a maior fonte de ascendência em quase todos os asiáticos modernos da Ásia Meridional”, conclui.

ZAP //

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