Homem de Gouveia / Lusa

O Presidente da República disse, esta quarta-feira, que as comemorações do 5 de outubro decorrerão na Câmara Municipal de Lisboa, mas numa cerimónia sem discursos, ao contrário do habitual.
“O que vai acontecer é o seguinte: haverá um momento simbólico na Câmara Municipal de Lisboa de evocação da República, não haverá discursos, mas haverá esse momento simbólico”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado assinalou que “a alternativa era fazer o que fez o Presidente Mário Soares, que não teve mesmo sequer um momento simbólico, quando houve uma circunstância correspondente”. Já o antigo chefe de Estado Jorge Sampaio, “numa situação idêntica, fez uma cerimónia presidencial na Ajuda”, notou.
“Eu entendo que a Câmara Municipal de Lisboa é muito importante simbolicamente em termos de proclamação da República, portanto o começo da manhã será na Câmara Municipal de Lisboa, mas sem discursos, como é próprio do dia de reflexão”, adiantou, acrescentando que fará uma “intervenção à noite a apelar ao voto”.
Antes das declarações do Presidente aos jornalistas, o Palácio de Belém já tinha esclarecido à Lusa que Marcelo comemora em Portugal o 5 de outubro “com a discrição” própria de um dia de reflexão eleitoral, e vota no dia seguinte em Celorico de Basto, distrito de Braga, independentemente da presença na cerimónia de investidura de Tolentino Mendonça como cardeal.
“Mesmo no caso de se confirmar a ida a Roma, o Presidente da República comemorará sempre em território nacional o 5 de outubro, com a discrição correspondente a um dia de reflexão eleitoral, e votará no dia 6, como habitualmente, em Celorico de Basto“.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “esclarece que submeteu preventivamente à Assembleia da República o assentimento para uma eventual deslocação a Roma, entre os dias 4 e 6 de outubro, para assistir à cerimónia de investidura do novo cardeal D. Tolentino de Mendonça“.
“Recorde-se que, em circunstâncias análogas, a saber, coincidência do 5 de outubro com período eleitoral, também no passado foram reduzidas ou mesmo anuladas as comemorações de implantação da República”.
A intenção de estar presente na cerimónia foi expressa pelo Presidente da República, no domingo, na nota em que manifestou “profundo júbilo” pela elevação do arquivista e bibliotecário da Santa Sé ao cardinalato.
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou ainda, na altura, a “excecional relevância” de Tolentino de Mendonça como “filósofo, pensador, escritor, professor e humanista”, recordando que o convidou para presidir às comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em 2020.
// Lusa