Um segundo republicano declarou-se no domingo candidato às primárias do partido contra Donald Trump para as eleições presidenciais norte-americanas de novembro de 2020.
A candidatura de Joe Walsh, eleito para o Congresso em 2010 para um único mandato no início da onda ultraconservadora Tea Party – visceralmente contrária a Barack Obama -, parece não ameaçar o Presidente em exercício, mas mostra que persistem no seu partido bolsas de resistência.
“Sou candidato porque ele [Donald Trump] é incompetente. É necessário que alguém se dedique”, explicou Joe Walsh numa entrevista à ABC. “Ele é cruel. Ele é racista e narcisista”, adiantou.
Antes de Joe Walsh, o antigo governador de Massachusetts Bill Weld, um republicano moderado, entrou em abril na corrida em que o atual Presidente do país se lançou como vencedor antecipado.
No entanto, nos Estados Unidos (EUA), a regra é que a designação do candidato a Presidente pelos partidos passe por primárias, incluindo no caso dos cessantes.
Já houve casos em que o partido estava dividido e os Presidentes cessantes tiveram de lutar pela nomeação, como o Presidente democrata Jimmy Carter, que enfrentou o senador Ted Kennedy em 1980, e o Presidente republicano George H. W. Bush contra o senador Pat Buchanan. Ambos foram renomeados pelos partidos, mas não foram reeleitos.
A candidatura de Joe Walsh é surpreendente, com o próprio a reconhecer: “Ajudei a criar [Donald] Trump”.
A agência France Presse referiu que Joe Walsh foi um soldado da revolução do Tea Party em 2010, que catalisou o aparecimento de Donald Trump, empurrando o Partido Republicano numa direção mais radical, populista e anti-imigração. Na altura, este dizia que Barack Obama era muçulmano e um “traidor”.
“A beleza do trabalho do Presidente [Donald] Trump é que me levou a refletir sobre coisas que disse no passado”, disse Joe Walsh no domingo, adiantando que se arrepende da “política suja”. Os republicanos “querem a saída de [Donald] Trump, mas têm medo de dizer que ele é incapaz”, afirmou.