Uma nuvem tóxica provocou vómitos e ardor nos olhos e pele a quase uma dúzia de pessoas que estavam numa praia de Worthing, em Inglaterra, no fim de semana.
A Agência Marítima e de Guarda Costeira já está a investigar o incidente, durante o qual várias pessoas tiveram de ser evacuadas do resort à beira-mar na zona este de Sussex, e coloca a hipótese da origem ser um gás venenoso, libertado por dezenas de navios de carga e de munições, afundados no Canal da Mancha durante a I Guerra Mundial.
Segundo as autoridades britânicas, duas pessoas foram encaminhadas para o hospital, na sequência de um “incidente com materiais perigosos” na orla marítima, durante o qual “um pequeno número de pessoas” relatou sentir ardor nos olhos, na pele, e vómitos.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, as duas pessoas receberam alta mais tarde, mas foram aconselhadas a ir para casa, lavar a roupa e tomar um duche. As orientações dos bombeiros para os residentes também foram de que fechassem as janelas e portas e que não arriscassem andar na rua.
Tim Loughton, membro do parlamento de East Worthing e Shoreham, escreveu no Twitter que a investigação foi em resposta a relatos de “banhistas afetados por algum tipo de químico que provocou uma irritação”, mas não adiantou informações sobre a possível origem do químico.
Um funcionário do Coast Cafe, um estabelecimento na praia onde ocorreu o incidente, disse que os clientes estavam calmos e que “algumas pessoas estavam a queixar-se de comichão nos olhos“.
Durante a guerra, alguns produtos químicos foram selados em contentores e despejados no mar no final do conflito. Agora, teme-se que estas “bombas-relógio enferrujadas” se tenham deteriorado, causando uma “bolha” de gases tóxicos até a superfície e, em seguida, à deriva ao longo da superfície do mar e para a costa.
Em 2017 ocorreu um incidente semelhante, em Birling Gap, no qual cerca de 50 pessoas sofreram de ardor nos olhos, dores de garganta e vómitos – sintomas semelhantes aos da inalação de gás venenoso.
Após esse incidente, a Agência Marítima e de Guarda Costeira disse que a causa mais provável era um naufrágio, perda de carga ou um navio em trânsito. Mas, tal como no incidente de ontem, a neblina tóxica de 2017 ocorreu depois de um período de tempestade, ventos fortes e mares agitados, que poderiam ter causado a rutura de contentores no fundo do mar.