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A nova porta-voz do Tesouro de Trump afirmou que Obama era muçulmano e leal aos terroristas

Monica Crowley / Facebook

Monica Crowley (ao centro, com vestido branco)

Monica Crowley, a porta-voz do Departamento do Tesouro para Assuntos Públicos, nomeada pelo presidente norte-americano Donald Trump na semana passada, divulgou teorias conspiratórias que sugeriam que Barack Obama era muçulmano e simpatizante de terroristas.

Segundo uma análise realizada pela equipa KFile da CNN, Monica Crowley promoveu esta informação falsa através de vários comentários no seu blog pessoal, bem como numa publicação no Twitter, divulgada em algum momento entre 2009 e 2015, noticiou o NewsWeek.

Numa publicação no seu blog, em agosto de 2010, afirmou que o 44.º Presidente norte-americano, era leal ao Islão e duvidava da sua devoção aos Estados Unidos (EUA).

“Obama nasceu de um pai muçulmano que, sob o islamismo, automaticamente fez dele um muçulmano”, escreveu Monica Crowley. “Ele diz que se converteu ao cristianismo como um adulto, que, sob o islamismo, o torna um apóstata”.

Monica Crowley escreveu igualmente que Barack Obama cresceu na Indonésia e que “esteve mergulhado no Islão ao longo dos seus anos de formação, por isso não deveria ser surpresa que ele tenha lealdade ao Islão”.

A porta-voz do Departamento do Tesouro para Assuntos Públicos também mencionou o erro de Barack Obama durante a campanha presidencial de 2008, quando indicou existirem 57 estados nos EUA, que é o número de estados na Organização da Cooperação Islâmica.

Donald Trump levantou o assunto em setembro de 2018, no Twitter: “Quando o Presidente Obama disse que esteve em ’57 estados’, houve muito pouca menção na Fake News Media. Você pode imaginar se eu dissesse isso… história do ano!”.

Ainda na publicação de 2010, Monica Crowley continuou: “Pode não ser um choque que ele [Barack Obama] pareça ser leal ao islamismo. A questão é: ele pode ser fiel ao Islão e ser fiel aos Estados Unidos?”. Ao que concluiu: “Como pode apoiar o inimigo?”.

Noutra publicação, em abril de 2011, afirmou que as teorias conspiratórias que questionavam a cidadania americana de Barack Obama eram legítimas. Donald Trump também defendeu a teoria sobre o antecessor e pediu publicamente que este divulgasse a sua certidão de nascimento para provar que nasceu nos EUA.

“Se a certidão de nascimento nunca foi um grande problema, por que o No Drama Obama esperou quase 3 anos antes de divulgá-la? Por que resistir e causar todo este drama?”, referiu Monica Crowley. “Para fazer com que aqueles levantem preocupações legítimas sobre as suas origens e políticas pareçam com malucos? Talvez”, acrescentou.

Em junho de 2013, Monica Crowley disse que Barack Obama apoiava terroristas. “A Irmandade Muçulmana é um inimigo jurado dos EUA. Com Obama, encontrou um aliado. O que isso diz sobre Obama? Tenho certeza de que você pode descobrir isso”, indicou, acrescentando que a segurança nacional estava “a ser ditada pelo inimigo jurado”.

Uma análise do PolitiFact, de agosto de 2010, concluiu que Barack Obama não é muçulmano, mas sim cristão, embora apenas uma minoria de americanos acreditasse que fosse muçulmano. Não surgiram evidências nesse sentido desde então.

TP, ZAP //

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