Procuradores retiraram, esta quarta-feira, as acusações contra o ator norte-americano sobre uma alegada agressão sexual a um jovem, em 2016, invocando a falta de disponibilidade da testemunha.
Citando documentos publicados por órgãos de comunicação locais, várias agências noticiosas avançam que o procurador distrital de Cape & Islands, Michael O’Keefe, apresentou um “Nolle prosequi”, uma expressão jurídica que equivale e “não estar disposto a prosseguir” devido à “falta de disponibilidade da testemunha”.
No dia 5 de julho, o jovem que tinha acusado Kevin Spacey de agressão sexual retirou as queixas do julgamento que estava a correr num tribunal do Estado do Massachsetts.
O jovem em causa, que é filho de uma jornalista da cadeia de televisão WCVB Heather Unruh, acusou o ator de o ter apalpado num bar, em 2016, quando tinha então 18 anos.
Em novembro de 2017, Heather Unruh contou a alguns meios de comunicação social que Spacey tinha embebedado o filho dela e depois lhe tinha agarrado os genitais.
Segundo o jornal Público, a decisão é tomada depois de a alegada vítima ter recusado responder em tribunal às suspeitas de que terão sido apagadas mensagens do seu telemóvel que poderiam ilibar o ator, e que os seus familiares terão tido acesso ao telefone durante o decorrer das investigações, alterando o seu conteúdo.
Em dezembro, quando soube que teria de comparecer perante um juiz para responder por acusações de agressão sexual e lesão corporal, o ator colocou no YouTube um vídeo chamado “Vou ser franco”, um trocadilho com o nome da sua personagem na série “House of Cards”, Frank Underwood, e falou pela primeira vez em público desde que surgiram várias acusações contra si.
Na sequência da acusação, em janeiro deste ano, um juiz de Massachusetts proibiu o ator de se aproximar do jovem, numa sessão que foi transmitida em direto pelas televisões.
Kevin Spacey compareceu em tribunal, em Nantucket, para responder pela acusação de agressão sexual e lesão corporal ao jovem e, segundo avançou na altura a Associated Press, os advogados do ator deram entrada com uma alegação de inocência.
Em 2017, surgiu a primeiro denúncia contra o ator que ganhou um Óscar pelo seu papel no filme “Beleza Americana” através do ator Anthony Rapp, que acusou Spacey de o ter assediado sexualmente numa festa em 1986, quando tinham, respetivamente, 14 anos e 26 anos.
Na sequência da acusação, Kevin Spacey assumiu a sua homossexualidade e garantiu que não se recordava do episódio relatado, apesar de ter dito que, se realmente aconteceu, devia “sinceras desculpas” a Rapp pelo seu comportamento.
Entretanto, a produção de “House of Cards” foi suspensa, tendo sido retomada no ano passado. Antes disso, a produtora e o estúdio Media Rights Capital anunciaram que cortariam relações com o ator, tendo ainda a plataforma tornado público o cancelamento do filme sobre o escritor norte-americano Gore Vidal, autor de obras como “Lincoln” ou “Império”, que seria protagonizado por Spacey.
Entretanto, oito atuais e antigos funcionários de “House of Cards” acusaram Spacey de ter tornado tóxico o ambiente da produção da série, por causa do assédio sexual.
Também no final de 2017, o teatro Old Vic, em Londres, reuniu testemunhos de 20 pessoas sobre o alegado “comportamento inapropriado” do ator norte-americano que, entre 2004 e 2015, foi diretor artístico daquela estrutura.
Em agosto do ano passado, o jornal Los Angeles Times avançou que Kevin Spacey estava a ser investigado nos Estados Unidos num novo caso de alegada agressão sexual. As autoridades já estavam a investigar o ator por um incidente semelhante que terá ocorrido em outubro de 1992, em West Hollywood.
ZAP // Lusa