Equiano é o nome do novo cabo submarino que vai ligar Portugal a África do Sul e, consequentemente, África à Europa. Ministro da Economia diz que é uma prova da importância da localização de Portugal.
“Hoje estamos a introduzir o Equiano, o nosso novo cabo privado submarino que irá conectar África com a Europa. Uma vez concluída a operação, o cabo começará na Europa ocidental e atravessará a costa oeste de África, entre Portugal e África do Sul”, com áreas ao longo do traçado que permitem alargar conectividade adicional a países africanos, lê-se no blogue da Google.
“Este novo cabo é totalmente financiado pela Google, tornando-o no nosso terceiro cabo internacional privado depois de Dunant e Curie, e o 14.º investimento em cabos submarinos”, a nível global, adianta.
“Os cabos submarinos privados da Google carregam todos os nomes de luminares históricos e Equiano não é diferente”, prossegue a tecnológica, salientando que o nome atribuído se deve a Olaudah Equiano, um escritor e abolicionista nigeriano que foi escravizado em criança. Aliás, a primeira ramificação da rota do cabo submarino, que parte do Sul de Portugal, será a Nigéria.
“O cabo Equiano é uma infraestrutura de última geração, assente na tecnologia SDM, com aproximadamente 20 vezes mais capacidade de rede do que o último cabo construído para servir esta região”, afirma a Google.
O contrato para construir o cabo com a Alcatel Submarine Networks foi assinado no quarto trimestre do ano passado e a primeira fase do projeto, de ligar Portugal a África do Sul, deverá estar concluído em 2021.
Nos últimos três anos a Google investiu 47 mil milhões de dólares (41,3 mil milhões de euros) na sua infraestrutura, em termos globais.
O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, disse à Lusa que o novo cabo submarino da Google, que vai ligar Portugal a África do Sul, demonstra a “importância da localização geográfica” do país.
“É importante perceber que em Portugal se vai concentrar um grande centro de recolha e transmissão de dados que é proporcionado por este investimento muito significativo”, destacou Pedro Siza Vieira, à margem da assinatura do contrato ao abrigo do programa Valorizar, de valorização turística da estrada panorâmica entre Sabrosa e Pinhão, em Sabrosa, distrito de Vila Real.
O governante realçou ainda a “importância da localização geográfica” de Portugal, que está agora “no centro do mundo”. “Portugal é o ponto europeu mais próximo das Américas e África”, vincou.
Considerando este um “investimento muito significativo”, Pedro Siza Vieira não precisou o valor que a multinacional americana irá aplicar em Portugal, ou os postos de trabalho que serão criados.
Para o ministro da Economia, este investimento irá permitir “reforçar muito” as comunicações de toda a Europa, desde Portugal para África. “Este cabo irá permitir reforçar as ligações de dados, voz e imagem da Europa a África”, afirmou. O governante explicou que Portugal passará a ser o centro de “recolha e transmissão desses dados”.
A localização geográfica pode ainda permitir, do ponto de vista do transporte marítimo e das telecomunicações, que o território português permita “aproximar os continentes”. A aposta, para o governante, deve continuar a ser o reforço do investimento nos portos, aeroportos e transmissões de dados, “que hoje em dia são a grande riqueza do mundo”.
// Lusa