Uma equipa de cientistas russos descobriu que algumas partes da cidade bíblica de Jericó, na atual Palestina, se estabeleceram muito antes do que se pensava, revelou o Instituto de Arqueologia da Academia Russa de Ciências.
De acordo com a mesma investigação, foram encontrados novos achados na região, algumas das quais podem ser associados aos romanos.
A equipa de especialistas russos escavou, entre 2010 e 2013, a parte bizantina da cidade, cujas parede, segundo se lê na Bíblia, foram demolidas por Josué com a ajuda do som de trombetas. Em 2019, os cientistas voltaram às escavações, tendo desenterrado por completo e pela primeira vez toda a área arqueológica.
Em comunicado citado pela RT, o instituto revela que as primeiras camadas do local apresentam sinais que podem corresponder ao tempo dos romanos.
“Estamos convencidos de que, ocultado sob o monumento da época binzantina tardia, há um prédio escondido, com boas e largas paredes de tijolo, que são, provavelmente, parte de um mosteiro ou de uma grande casa”, explicou o líder da expedição arqueológica, Leonid Belyaev.
“Talvez o local tenha sido construído na época romana, mas a hipótese requer mais pesquisas para ser validada”, acrescentou Belyaev.
Segundo explicaram os cientistas, na parte residencial da cidade foram encontrados vários tipos de moedas datados entre os séculos I e IV d.C. Quanto ao mosteiro ou ao grande palácio, os especialistas precisaram que a construção tinham paredes de pedra e salas ornamentas com mosaicos.
No complexo industrial, os cientistas descobriram ainda um sistema de tanques e locais específicos para a produção de cerâmicas e metalurgia.
Jericó é uma antiga cidade da Palestina, situada às margens do rio Jordão, a cerca de 8 quilómetros da costa setentrional da parte seca do Mar Morto e 27 km de Jerusalém. É citada na bíblia cristã como uma importante cidade no vale do Jordão, na costa ocidental do rio Jordão.
Descrita no Velho Testamento como a “Cidade das Palmeiras”, é conhecida na Tradição judaico-cristã como o local do regresso dos israelitas da sua escravidão no Egipto, liderados por Josué, o sucessor de Moisés. É considerada a cidade mais antiga ainda existente, com mais de 10.000 anos.