José Coelho / Lusa
O PSD não comentou e é provável que não comente as acusações de corrupção contra o coordenador do partido, Álvaro Amaro, ex-autarca da Guarda que vai tomar posse como eurodeputado, passando a gozar de imunidade. Rui Rio também se mantém calado sobre o assunto.
“São mais vozes que nozes”. As palavras são de um elemento do PSD numa altura em que o partido se debate com o caso de Álvaro Amaro, coordenador social-democrata que é suspeito de corrupção e tráfico de influências no âmbito do processo Rota Final. O ex-presidente da Câmara da Guarda também é suspeito de fraude num outro processo relacionado com a obtenção de fundos comunitários.
Mas o PSD está “sereno” e não vai pronunciar-se sobre a situação de Álvaro Amaro, que foi eleito eurodeputado nas últimas eleições europeias, conforme avança o jornal i.
Também Rui Rio não deverá comentar o caso. O presidente do PSD estava no Brasil, no âmbito das comemorações do dia 10 de Junho, quando a polémica estalou. E quando chegou a Portugal não se pronunciou sobre o caso.
Esperava-se que Rio marcasse presença no conselho estratégico do PSD que ocorreu neste fim-de-semana, em Coimbra, mas não o fez por “falta de tempo”, de acordo com a explicação oficial apurada pelo i.
Álvaro Amaro vai prescindir da imunidade parlamentar
O semanário Sol adianta que Álvaro Amaro vai tomar posse como eurodeputado no dia 2 de Julho. Depois disso, passará a gozar de imunidade parlamentar. Isso obrigará o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) a pedir autorização ao Parlamento Europeu (PE) para poder continuar a investigação ou para deduzir acusação contra o dirigente do PSD. Esse pedido terá que ser votado na Comissão dos Assuntos Jurídicos do PE.
Mas o coordenador do PSD assegura que vai prescindir da imunidade parlamentar, manifestando-se disponível para colaborar com a justiça.
“Jamais usarei o estatuto de imunidade parlamentar e estarei disponível para prestar todos os esclarecimentos”, garantiu Álvaro Amaro ao Público.
Aí está o banho de ética…