O Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, vai reunir-se esta sexta-feira com representantes do Estado no conselho de administração da TAP, escreve o Jornal de Negócios esta sexta-feira.
De acordo com o diário de economia, em causa está a distribuição de prémios a um grupo de trabalhadores da transportadora área num ano que somou 118 milhões de euros em prejuízos. O Executivo liderado por António Costa não viu a iniciativa com bons olhos, apontando que os administradores da companhia não respeitaram o dever de informação.
O Governo e representantes do Estado no Conselho de Administração da TAP “tomaram conhecimento desta decisão, já consumada com o processamento dos salários referentes ao mês de maio, pela comunicação social”. O procedimento por parte da Comissão Executiva da TAP “constitui uma quebra da relação de confiança entre a Comissão Executiva e o maior acionista da TAP, o Estado português”, apontou a tutela.
O Executivo disse mesm que este caso levou a uma “quebra da relação de confiança entre a Comissão Executiva e o maior acionista da TAP, o Estado português”.
O Governo solicitou a convocatória, com carácter de urgência, de uma reunião do conselho de administração para esclarecer a situação, que foi agendada para hoje.
Os administradores da TAP designados pelo Estado são Miguel Frasquilho (chairman), António Gomes Menezes, Ana Pinho, Bernardo Trindade, Diogo Lacerda Machado e Esmeralda Dourado, segundo escreve o jornal Observador.
Também a oposição mostrou-se descontente com a iniciativa da TAP. O líder social-democrata, Rui Rio, acusou o Governo de querer enganar os portugueses e de fingir a sua indignação quanto ao caos dos prémios na TAP. “O Governo engana os portugueses ao propaganda que está indignado com a atribuição de ‘prémios por prejuízos’ na TAP. Bem sabe que, na indevida altura, abdicou da gestão da empresa. Deu a carne e ficou com os ossos”, escreveu o presidente do PSD no Twitter.
Por sua vez, o Partido Comunista Português considera os prémios “injustos” e “um exemplo da gestão privada da TAP”. O deputado Bruno Dias diz que a gestão privada “continua a prejudicar a companhia aérea nacional que se mantém de enorme importância para o país, a criar riqueza e a ter importância estratégica, apesar dos números publicados”.
Tal como noticiado esta quinta-feira, a TAP decidiu atribuir prémios a 180 trabalhadores, no valor de 1,17 milhões de euros. Dois quadros de topo receberam 110 mil euros. Segundo a companhia, o bónus faz parte de um “programa de mérito”.
A TAP, recorde-sem é detida a 50% pelo Estado português, através da Parpública — mas, por não ultrapassar os 50%, a TAP não pertence ao setor público empresarial do Estado. Sobram 45% da Atlantic Gateway e outros 5% na posse dos funcionários da empresa.