Uma investigação elaborada por cientistas do Centro Alemão de Primatas, em Göttingen, demonstrou que os macacos verdes utilizam um grito de alarme que significa “águia” para avisar sobre a presença de um drone.
O estudo, liderado por Julia Fischer e publicado na revista Nature Ecology & Evolution, quis averiguar como é que os macacos verdes da África Ocidental, que vivem no Senegal, respondem a sons desconhecidos, com a finalidade de investigar as origens da comunicação complexa nos animais.
Estes primatas caracterizam-se por produzir dois gritos de alarme específicos para dois perigos: um significa “leopardo” e outra “cobra”. Cada um deles leva-os a responder de maneira apropriada: quando ouvem o primeiro sinal, tentam escalar uma árvore; quando ouvem o segundo, tendem a ficar parados.
No entanto, uma espécie próxima, o urubu-verde (Chlorocebus pygerythrus), também tem uma chamada específica que significa “águia”, o que os faz proteger-se dos perigos que vêm do céu.
A equipa de Fischer fez testes com águias falsas e gravações para ativar a resposta de alarme dos macacos verdes. Especificamente, fizeram com que drones voassem a 60 metros de distância de 80 deles e observaram que os animais emitiram um alarme diferente daquele usado para cobras e leopardos.
Tal como averiguaram, de acordo com a ABC, esses animais recorreram a um alarme muito parecido com o usado pelos seus parentes para alertar para a presença de águias. Na verdade, bastou ouvirem o motor dessas máquinas para levantar os olhos para o céu e fugir.
Os autores sugeriram que isto indica que as respostas são profundamente programadas e determinadas há muito tempo na sua evolução, bem como a sua notável capacidade de aprender.
Chlorocebus sabaeus é um Macaco do Velho Mundo, da subfamília Cercopithecinae com pelagem dourada-esverdeada e mãos e pés pálidos. A ponta da cauda é amarelo-dourado como a parte posterior das coxas e os pelos das bochechas. Vivem numa ampla variedade de habitats, desde florestas secas até à borda de florestas chuvosas. São comuns em áreas costeiras, onde se alimentam de frutos do mar, como caranguejos.