Um em cada quatro concelhos portugueses tem mais reformados do que trabalhadores

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Dos 278 municípios que existem em Portugal continental, 64 (23%) têm mais reformados do que trabalhadores no ativo e com descontos para a Segurança Social.

A notícia é avançada pelo Jornal de Notícias esta terça-feira. A grande maioria dos concelhos estão localizados em Trás-os-Montes, Beira Interior e Alentejo. Vinhais, Valpaços e Alcoutim fazem o top 3 dos concelhos onde a proporção de reformados por velhice é maior do que a de trabalhadores a descontar para a Segurança Social. Aqui, os pensionistas representam mais de 160% dos trabalhadores.

Vinhais, distrito de Bragança, está na ponta oposta da balança: tem uma percentagem de pensionistas de 193,2% – 1329 trabalhadores e 2567 reformados. Na zona centro do país, Idanha-a-Nova conta com uma percentagem de pensionistas de 150,8% – 1783 trabalhadores e 2688 reformados.

No top 10 somam-se: Montalegre, Gavião, Oleiros, Vimioso, Penamacor, Idanha-a-Nova e Nisa. Do lado oposto, os distritos do litoral — como Faro, Lisboa, Leiria, Aveiro, Porto e Braga —, mas também Vila Real e Viseu, têm uma maior proporção de trabalhadores quando comparados com os pensionistas. No top 3 aparecem: Albufeira, Lousada e Paços de Ferreira.

Ao nível nacional, Albufeira e Lousada são os municípios com menor percentagem de reformados por comparação com o número de trabalhadores; 31,3% e 31,8% , respetivamente.

Entre as causas desta desproporção estão a baixa natalidade, o aumento da esperança média de vida e a desertificação de alguns concelhos do interior. A consequência pode ser uma ameaça à sustentabilidade das pensões como hoje as conhecemos e como um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos alertou.

De acordo com esse estudo, o número de pensionistas deveria crescer de 2,7 para 3,3 milhões até 2045, o que deveria levar ao aumento da idade de reforma para os 69 anos, de forma a evitar transferências do Orçamento do Estado e garantir a sustentabilidade do sistema.

ZAP //

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